O embate entre os dois se deu em uma sessão da Câmara, onde Van Hattem não poupou palavras e criticou duramente o presidente da Casa. O deputado do NOVO argumentou que Motta estava completamente desconectado da realidade dos brasileiros e da grave crise que o Brasil enfrenta em termos de democracia. Ele destacou vários episódios de censura e repressão, como a proibição de veículos de comunicação e a perseguição a opositores do governo. Para ele, o país vivia uma espécie de ditadura do Judiciário, onde decisões arbitrárias tentam calar vozes dissidentes.
Um dos momentos mais críticos do discurso foi quando Van Hattem mencionou um jantar realizado na véspera, promovido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. O evento, que reuniu figuras políticas de destaque como o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, gerou desconfiança entre opositores do governo, que o interpretaram como um símbolo da proximidade entre o Judiciário e o Legislativo. Para o deputado, essa aproximação demonstrava que, longe de agir com a independência esperada, o Legislativo estava se tornando um aliado do Judiciário, comprometendo sua capacidade de representar os anseios da população.
Van Hattem não se contentou apenas com críticas à atuação de Hugo Motta, mas também aproveitou a ocasião para chamar a atenção para o exílio de figuras políticas, como o deputado Eduardo Bolsonaro. Segundo o parlamentar, o fato de Eduardo Bolsonaro ter se exilado nos Estados Unidos por alegar perseguição política, é uma evidência clara de que há uma verdadeira “ditadura do Judiciário” em curso no Brasil. Ele afirmou que, enquanto o presidente da Câmara fazia declarações tranquilizadoras sobre a situação política no país, o exílio de uma figura proeminente da oposição demonstrava a gravidade do que estava acontecendo.
Em um tom enfático, Van Hattem acusou Hugo Motta de minimizar a seriedade das acusações de censura e perseguição política, e exigiu publicamente que ele se retratasse. O deputado também defendeu a necessidade de a Câmara dos Deputados tomar uma posição clara sobre o tema e se manifestar contra as arbitrariedades do Judiciário, que, segundo ele, estariam colocando em risco a liberdade de expressão no país. Em suas palavras, o silêncio da Câmara só colaborava para que mais cidadãos e políticos se sentissem silenciados, sem a proteção que deveriam ter da instituição legislativa.
Além das críticas a Hugo Motta, Van Hattem fez um apelo à anistia para aqueles que, segundo ele, foram injustamente perseguidos por suas posições políticas. O deputado do NOVO exigiu que o Congresso se manifestasse em favor daqueles que foram vítimas de decisões políticas e judiciais que os afastaram de seu direito constitucional à livre expressão. Para ele, a falta de uma atitude firme da Câmara reforçaria ainda mais a sensação de impotência e abandono entre os cidadãos que se opõem ao atual cenário político.
A fala de Marcel van Hattem gerou uma onda de reações dentro e fora do Congresso. Seus aliados se apressaram em apoiá-lo, destacando a gravidade das acusações e a necessidade urgente de um posicionamento do Legislativo. Por outro lado, aqueles mais alinhados ao governo e ao presidente da Câmara tentaram minimizar a situação, afirmando que não havia fundamento nas acusações de censura e perseguição política.
O episódio também chamou a atenção da população, que observou com interesse os desdobramentos da disputa. Muitos se perguntam se Hugo Motta responderá às críticas ou se continuará a minimizar as alegações feitas por Van Hattem. A pressão sobre a Câmara dos Deputados, especialmente sobre o presidente da Casa, deve crescer nos próximos dias, à medida que a questão da censura e da liberdade de expressão continua a dominar o debate político no Brasil.
Enquanto isso, a expectativa sobre o futuro político do país segue em alta. A crise entre os poderes, a atuação do Judiciário e a relação com o Legislativo permanecem no centro das discussões, deixando em aberto o futuro das instituições democráticas no Brasil. O que se espera, agora, é uma resposta clara de Hugo Motta sobre as acusações e uma possível ação da Câmara dos Deputados em relação aos casos de censura e perseguição política. A população segue atenta, aguardando os próximos passos dessa história que promete marcar a política nacional nos próximos meses.