O Partido Liberal enfrenta um dilema no estado, uma vez que, apesar de Bolsonaro ter obtido uma expressiva votação de 56,35% no Rio Grande do Sul nas eleições de 2022, o partido não conseguiu eleger o governador, que foi o tucano Eduardo Leite. Esse revés nas urnas coloca o PL em uma posição difícil, em que precisa decidir qual caminho seguir para tentar recuperar terreno no estado. Uma das possibilidades é lançar Luciano Zucco como candidato ao Palácio Piratini, o que pode ser uma jogada para fortalecer o partido e aumentar as chances de vitória. Por outro lado, o PL também cogita colocar o deputado na disputa pelo Senado, o que se alinha ao plano do partido de obter uma maioria bolsonarista na Casa.
Luciano Zucco foi o deputado mais votado do Rio Grande do Sul nas eleições de 2022, com impressionantes 259 mil votos. Sua popularidade e seu carisma são vistos como trunfos importantes, e uma candidatura ao Senado poderia ser uma estratégia do PL para garantir as duas vagas em disputa no próximo pleito. Atualmente, uma dessas vagas é ocupada pelo petista Paulo Paim, que deverá tentar a reeleição. Nesse cenário, uma candidatura de Zucco ao Senado se configuraria como uma tentativa do PL de fortalecer sua posição na política estadual, além de ampliar a presença bolsonarista no Congresso.
A relação de Zucco com Jair Bolsonaro é estreita. Ele se aproximou do ex-presidente durante sua atuação na presidência da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigou as atividades do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). A CPI foi um marco na atuação política do deputado, que ganhou visibilidade nacional e se consolidou como uma figura importante na oposição ao governo do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Desde então, Zucco passou a ser visto como um dos principais aliados de Bolsonaro no Rio Grande do Sul, especialmente com o afastamento do senador Hamilton Mourão do núcleo bolsonarista. O ex-presidente, que ainda possui forte influência no estado, tem em Zucco uma figura em quem confia para enfrentar os desafios eleitorais do futuro.
Além disso, o deputado gaúcho tem uma relação de longa data com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), outro aliado importante de Bolsonaro. Zucco e Tarcísio foram colegas na Academia Militar das Agulhas Negras, no início da década de 1990, e nutriram uma amizade que perdura até hoje. A parceria entre os dois políticos pode ser um fator relevante na construção de uma candidatura de Zucco ao governo do Rio Grande do Sul ou ao Senado. A proximidade com Tarcísio, que se consolidou como um nome forte dentro do bolsonarismo, pode abrir portas para o deputado gaúcho em sua trajetória política.
O Partido Liberal, por sua vez, busca se reposicionar no cenário estadual e nacional, e vê em Zucco uma chance de reverter o cenário de 2022, quando perdeu a eleição para o governo do Rio Grande do Sul. A disputa por um cargo no Senado é estratégica, não apenas para fortalecer a bancada do PL na Casa, mas também para garantir uma presença relevante no Congresso, o que pode ser decisivo nas articulações políticas para os próximos anos.
Em 2026, o cenário eleitoral no Rio Grande do Sul promete ser desafiador para todos os partidos. O PL terá que escolher entre lançar Zucco para o governo do estado ou colocá-lo na disputa pelo Senado, uma decisão que pode determinar o futuro político do partido e de seus aliados. O fato de Bolsonaro ainda possuir uma base considerável de apoio no estado coloca o ex-presidente em uma posição de influência, e seu apoio a Zucco pode ser determinante para o sucesso do deputado em uma eventual candidatura.
Independentemente da escolha do PL, Luciano Zucco se firma como um dos principais nomes para as eleições de 2026 no Rio Grande do Sul. Sua trajetória como líder da oposição, aliado de Bolsonaro e figura com forte presença no estado, faz dele um dos políticos mais promissores para os próximos anos. Resta saber qual será o caminho que o PL escolherá para o futuro político de Zucco e do Rio Grande do Sul.