A jornalista também destacou que essa sazonalidade no consumo ocorre principalmente entre fevereiro e a Páscoa, período em que a Quaresma é observada. Ela apontou que, devido à religiosidade de muitos, o ovo acaba se tornando uma importante fonte de proteína, substituindo outras fontes de proteína animal, como a carne vermelha. A declaração foi interpretada por alguns como uma explicação simplista para um fenômeno econômico complexo, que envolve uma série de fatores além do comportamento religioso, como a inflação, os custos de produção e a escassez de alguns insumos.
Imediatamente após a fala de Flávia Oliveira, políticos de oposição ao governo Lula se apressaram em se manifestar nas redes sociais, considerando a declaração uma tentativa de desviar a responsabilidade do governo federal pela alta nos preços dos alimentos. O deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ), conhecido por suas críticas ao governo, publicou em sua conta no Twitter ironizando a fala da jornalista. "A assessoria de imprensa já encontrou um responsável para o aumento do ovo: são os cristãos", escreveu Jordy, fazendo alusão à fala de Flávia. O vereador Rubinho Nunes (União Brasil-SP) também comentou a declaração com um tom irônico, questionando se a culpa pela alta do ovo seria de Lula ou do clima, mas sugerindo que, segundo a GloboNews, a responsabilidade recairia sobre os cristãos católicos devido à Quaresma.
A repercussão dessa declaração se espalhou rapidamente, com muitos internautas e analistas de política econômica comentando sobre a questão. Para muitos críticos, a afirmação de Flávia Oliveira simplificava um problema que envolve questões muito mais amplas da economia brasileira, como a instabilidade nos preços de alimentos, os aumentos nos custos de produção e o impacto da inflação sobre o poder de compra da população. Especialistas em economia apontaram que o aumento do preço dos ovos está diretamente ligado à alta nos custos de rações e insumos utilizados na produção avícola, que têm sofrido aumentos constantes devido à alta inflação e à instabilidade do mercado.
Em resposta às críticas, Flávia Oliveira tentou se justificar, afirmando que sua intenção não era culpar os cristãos pela alta dos preços, mas apenas ilustrar uma dinâmica que ocorre todos os anos durante a Quaresma. Ela explicou que sua fala visava apenas contextualizar o impacto de hábitos culturais e religiosos no mercado, sem a pretensão de apontar culpados. A jornalista ressaltou ainda que os aumentos nos preços dos alimentos são causados por uma série de fatores que não se limitam ao consumo religioso, mas também à conjuntura econômica do país.
Enquanto o debate sobre a fala de Flávia Oliveira continua a ganhar força nas redes sociais, muitos começaram a questionar o papel da mídia na construção de narrativas que podem influenciar a percepção pública sobre questões econômicas e sociais. A jornalista tem sido alvo de críticas por não ter abordado com maior profundidade os múltiplos fatores que impactam a economia, como o aumento dos custos de produção, a escassez de produtos e a crise econômica no Brasil.
Além disso, a declaração gerou um novo episódio no cenário político, com o governo federal sendo novamente cobrado por políticas públicas mais eficazes para controlar a inflação e garantir a estabilidade dos preços. O impacto da alta nos preços dos alimentos tem sido um dos principais desafios do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, com muitos setores da sociedade clamando por ações concretas para mitigar a crise.
Embora a declaração de Flávia Oliveira tenha sido vista como uma tentativa de explicar um fenômeno sazonal, a reação das redes sociais e da classe política reflete um momento de polarização no Brasil, onde as questões econômicas são frequentemente associadas a disputas ideológicas e políticas. O preço dos ovos, assim como outros produtos básicos, continua a ser um tema de debate constante, com a população aguardando soluções eficazes para garantir o poder de compra e a segurança alimentar em um cenário econômico cada vez mais desafiador.