Eduardo Bolsonaro “está mentindo” e “é medroso”, diz Gleisi

LIGA DAS NOTÍCIAS

Nesta sexta-feira, 21 de março de 2025, a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, fez duras críticas ao deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) em entrevista à CNN. A ministra afirmou que o parlamentar está prestando um "desserviço" ao país ao espalhar mentiras sobre a realidade política e social do Brasil. Gleisi também acusou Eduardo de ser "medroso" e de evitar enfrentar debates políticos, especialmente no cenário atual, em que o país enfrenta uma série de desafios.


A declaração de Gleisi veio após o anúncio do afastamento de Eduardo Bolsonaro de seu cargo na Câmara dos Deputados. O deputado comunicou que tiraria uma licença de 122 dias, sem remuneração, para viajar aos Estados Unidos, onde planeja buscar "sanções contra os violadores de direitos humanos". Para a ministra, a alegação de Eduardo de que o Brasil vive uma ditadura é infundada e apenas uma tentativa de se vitimizar. Ela criticou duramente a postura do deputado, acusando-o de mentir sobre a situação do país para criar uma narrativa falsa no exterior.


“Eduardo Bolsonaro presta desserviço ao Brasil, difamando o país, mentindo sobre o Brasil lá fora, dizendo que aqui é uma ditadura”, afirmou Gleisi. Segundo ela, o deputado tem tentado se apresentar como uma vítima e justificar suas ações por meio de acusações que, para ela, não têm fundamento. Gleisi também apontou que o deputado tem uma postura evasiva e que não enfrenta os desafios do debate político. "O problema dele é que ele não enfrenta o debate político, é medroso", disse a ministra.


A ministra também abordou a viagem de Eduardo aos Estados Unidos e a possível articulação que ele estaria fazendo contra o Supremo Tribunal Federal (STF). Gleisi sugeriu que o objetivo de Eduardo era influenciar a criação de uma legislação nos Estados Unidos que atacasse diretamente o ministro Alexandre de Moraes e o próprio STF. “Era uma lei contra o ministro Alexandre de Moraes, uma lei contra a nossa Suprema Corte”, declarou ela, ressaltando que o Brasil não pode ser governado pelos interesses de outro país, como o dos Estados Unidos. Ela ainda destacou que esse tipo de atitude de Eduardo é extremamente prejudicial para o país.


Eduardo Bolsonaro também se tornou alvo de investigações por parte de membros do Partido dos Trabalhadores (PT), que acusam o deputado de articular reações ao STF com a ajuda de políticos norte-americanos. Além disso, a bancada do PSOL entrou com um pedido na Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, solicitando a rejeição da licença de Eduardo e argumentando que sua ausência deveria ser considerada "abandono de mandato". O PSOL alega que não há previsão regimental ou constitucional para que um deputado tire uma licença sem remuneração por um período tão longo.


Gleisi Hoffmann comentou sobre a possibilidade de que o pedido do PSOL seja aceito, destacando que as ações de Eduardo Bolsonaro podem levar à perda do seu mandato. “Acho que se ele continuar fazendo esse tipo de coisa, tem viabilidade de acontecer isso que a bancada do PSOL está pedindo”, afirmou. A ministra reforçou que o afastamento do deputado é um reflexo da postura que ele tem adotado, a qual considera irresponsável e prejudicial ao país.


O afastamento de Eduardo Bolsonaro também gerou um debate em relação à sua conduta política. Muitos críticos, incluindo membros da oposição, veem a licença como uma maneira de o deputado se eximir de suas responsabilidades políticas, especialmente em um momento em que o Brasil enfrenta questões complexas relacionadas à democracia e ao estado de direito. A postura de Eduardo, ao se ausentar do debate interno e buscar apoio externo, é vista por alguns como uma tentativa de pressionar a política brasileira por meio de alianças internacionais.


A situação gerou divisões no Congresso Nacional, com diferentes partidos e líderes políticos se posicionando de formas distintas. A ministra Gleisi Hoffmann, em sua entrevista à CNN, reafirmou que o comportamento de Eduardo Bolsonaro não reflete os interesses do Brasil e que ele deve enfrentar os desafios políticos internos, ao invés de buscar apoio fora do país. Para ela, o deputado precisa ter coragem para debater as questões que afligem o Brasil diretamente com a população e seus colegas parlamentares, em vez de buscar soluções externas que, segundo ela, só trazem mais conflitos.


A postura de Eduardo Bolsonaro, ao longo dos últimos anos, tem gerado controvérsias tanto dentro como fora do Brasil. Seu afastamento temporário da Câmara dos Deputados, junto com as acusações de articulação com políticos estrangeiros, deve continuar sendo um tema central no debate político nacional. Enquanto isso, a ministra Gleisi Hoffmann e outros membros do governo federal seguem atentos às possíveis consequências dessa atitude e ao impacto que ela pode ter no cenário político do país.

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