Eduardo Bolsonaro diz que vai pedir asilo político nos EUA

LIGA DAS NOTÍCIAS

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) anunciou nesta terça-feira, 18 de março, que pedirá asilo político nos Estados Unidos, afirmando que não tem intenção de retornar ao Brasil. Em uma entrevista à CNN Brasil, o parlamentar declarou que não possui um voo de volta marcado para o país e que tomaria essa medida devido ao que considera uma perseguição política contra ele e outros membros da direita no Brasil. Eduardo Bolsonaro, que decidiu se licenciar temporariamente de seu mandato, enfatizou que o Brasil deixou de ser uma democracia e que as ações do governo estão infringindo os direitos dos cidadãos, especialmente no que diz respeito à liberdade de expressão e à imunidade parlamentar.


O deputado do PL criticou abertamente o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e acusou o magistrado de ser responsável por um clima de repressão no país. Segundo Bolsonaro, a decisão de perder o passaporte, medida que poderia ser adotada pelo STF, é um exemplo claro de como as liberdades individuais estão sendo ameaçadas. "Não é possível que um parlamentar perca o seu passaporte por aquilo que diz", afirmou o deputado, ao questionar a validade da imunidade parlamentar diante de atitudes como essa. Ele ressaltou que, em sua visão, o Brasil não está mais vivendo em um estado democrático de direito e que as ações do STF têm se tornado um obstáculo para o exercício da liberdade de expressão.


Eduardo Bolsonaro também comentou que o ato de se licenciar do cargo foi uma maneira de se proteger e continuar representando os eleitores que o apoiaram, uma vez que acredita que sua permanência no Brasil poderia resultar em medidas ainda mais severas contra ele. O parlamentar mencionou ainda o risco de retaliações, como o bloqueio de contas bancárias e até mesmo a tentativa de extradição, caso ele deixe o país. Essa situação, para ele, é incomum em uma democracia e reforça seu argumento de que o Brasil está caminhando para um regime mais autoritário.


O político do PL não foi o único a se manifestar sobre a situação. No final de fevereiro, a representação criminal apresentada pelos deputados petistas Lindbergh Farias e Rogério Correia acusou Eduardo Bolsonaro de conspirar contra as instituições brasileiras enquanto se encontrava nos Estados Unidos. A denúncia solicitou, entre outras medidas, a apreensão de seu passaporte. Essa acusação surge em meio a uma série de confrontos e investigações que envolvem membros da oposição e do governo, especialmente relacionados a acusações de interferência nas instituições democráticas do Brasil.


Em relação ao pedido de asilo, Eduardo Bolsonaro disse que espera contar com o apoio do governo dos Estados Unidos, onde já tem um histórico de alianças políticas, especialmente com figuras da ala conservadora. Segundo o deputado, sua decisão de buscar asilo se deve ao fato de que no Brasil ele não consegue mais se sentir seguro para exercer suas atividades políticas e continuar com suas convicções. Embora tenha se licenciado, ele frisou que seu afastamento do cargo não significa uma interrupção de sua trajetória política, já que ele continuará a atuar e representar seus eleitores de outras maneiras, especialmente fora do país.


Além disso, Eduardo Bolsonaro deixou claro que a situação atual no Brasil é um reflexo de uma "grave distorção democrática", e afirmou que os ministros do STF que se aliarem às ações de Moraes correm o risco de enfrentar as mesmas sanções a que ele pode ser submetido. O deputado, que é filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, também expressou sua preocupação com as consequências de sua decisão, mas afirmou que está pronto para enfrentar o que considera ser um momento crítico para o Brasil.


Até o momento, o STF e o próprio ministro Alexandre de Moraes não se pronunciaram oficialmente sobre as declarações de Eduardo Bolsonaro. A CNN Brasil procurou a Corte para obter um posicionamento, mas não obteve resposta até o fechamento desta matéria. A situação gerou intensas discussões nos meios políticos e nas redes sociais, com opiniões divididas sobre as alegações do deputado e a forma como o governo e o STF devem lidar com a situação. A tensão entre os poderes tem se intensificado nos últimos meses, com declarações públicas e decisões judiciais gerando um ambiente de crescente polarização no país.

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