O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) voltou ao centro das atenções ao afirmar que busca apoio internacional para denunciar o que considera um abuso de poder do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Em uma declaração polêmica, o parlamentar revelou ter procurado o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em busca de respaldo para suas críticas ao cenário político e judicial brasileiro. Segundo Eduardo, o ministro estaria usando o sistema judicial para perseguir opositores políticos, com o objetivo de manter a esquerda no poder, um movimento que ele considera uma ameaça direta à democracia.
Em suas declarações, Eduardo Bolsonaro destacou o que chama de “criminalização da oposição” no Brasil. O parlamentar argumenta que o direito à ampla defesa está sendo sistematicamente violado, citando como exemplo a prisão do general Braga Netto, um dos principais aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro. Para ele, o atual cenário reflete uma estratégia coordenada para enfraquecer qualquer forma de resistência ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Eduardo afirmou que qualquer manifestação de apoio a possíveis candidaturas da direita resulta em investigações e inquéritos conduzidos por Moraes, o que considera uma tentativa de sufocar o debate democrático.
A aproximação com Donald Trump faz parte de uma estratégia mais ampla de Eduardo Bolsonaro para internacionalizar suas denúncias. O parlamentar acredita que o apoio de líderes conservadores internacionais pode exercer pressão sobre o governo brasileiro e sobre o STF. Fontes próximas a Trump sugerem que o ex-presidente norte-americano vê algumas decisões do Judiciário brasileiro como uma afronta à liberdade política e estaria considerando medidas diplomáticas para demonstrar seu descontentamento. Há, inclusive, rumores de que sanções contra o Brasil estejam sendo discutidas em círculos conservadores nos Estados Unidos, com o objetivo de pressionar o governo Lula e reafirmar o compromisso com a liberdade de expressão e o direito à oposição.
Eduardo Bolsonaro não poupou críticas ao presidente Lula, acusando-o de endossar as ações do STF sob o pretexto de proteger a democracia. Para o deputado, essa narrativa serve apenas para justificar medidas autoritárias e garantir a continuidade da esquerda no poder. Segundo ele, o governo atual se beneficia de um ambiente em que questionamentos são rapidamente silenciados, criando um clima de censura e intimidação. O parlamentar destacou que o Brasil vive um momento em que, diferentemente de 2022, há uma resistência mais organizada e disposta a enfrentar o que ele considera abusos institucionais.
O contexto das declarações de Eduardo Bolsonaro está diretamente ligado aos desdobramentos dos eventos de 8 de janeiro de 2023, quando manifestações em Brasília resultaram em atos de vandalismo e na abertura de uma série de investigações contra figuras ligadas ao bolsonarismo. O deputado afirma que esses inquéritos são utilizados de forma seletiva para perseguir adversários políticos, enquanto aliados do governo atual estariam imunes a investigações semelhantes. Ele critica o que chama de “dois pesos e duas medidas” na aplicação da lei, o que, segundo ele, compromete a credibilidade das instituições brasileiras.
A polarização política no Brasil ganha, assim, um novo capítulo com a tentativa de Eduardo Bolsonaro de envolver lideranças internacionais na disputa doméstica. O apoio de Trump, uma figura influente no cenário conservador global, pode intensificar ainda mais o debate sobre o papel do STF e a liberdade de expressão no Brasil. Além disso, o envolvimento de figuras internacionais como Trump e Elon Musk, mencionados em contextos semelhantes, demonstra a crescente internacionalização das tensões políticas brasileiras.
O deputado também fez referência a um livro recentemente publicado, que, segundo ele, documenta as supostas manobras da esquerda para retornar ao poder e as estratégias utilizadas para perseguir o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados. O livro, que já se tornou um best-seller, é descrito como um “documento histórico” que expõe o que seus autores consideram uma série de injustiças e manipulações. Eduardo Bolsonaro destaca que essa obra está sob risco de censura, o que, para ele, é mais uma evidência do ambiente de repressão política que acusa o governo de promover.
Enquanto isso, o STF segue sua agenda de investigações, e o ministro Alexandre de Moraes continua sendo uma figura central nas decisões que envolvem o futuro político do Brasil. Moraes tem defendido suas ações como necessárias para proteger a ordem democrática e garantir que atos de extremismo e ataques às instituições não fiquem impunes. Para seus críticos, no entanto, suas decisões representam um excesso de poder judicial e uma ameaça à separação entre os poderes.
O cenário político brasileiro permanece altamente polarizado, com disputas que vão além das fronteiras nacionais e alcançam o debate internacional sobre democracia, liberdade de expressão e o papel das instituições. As declarações de Eduardo Bolsonaro e a possível reação de líderes estrangeiros como Donald Trump prometem acirrar ainda mais os ânimos, em um país que continua dividido entre narrativas e interpretações conflitantes sobre o que significa, afinal, defender a democracia.