O presidente do PSD, Gilberto Kassab, afirmou nesta quarta-feira, durante um evento com investidores em São Paulo, que vê o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, como um nome fraco dentro do governo federal. Segundo Kassab, a falta de força política do titular da economia compromete a execução de projetos e indica dificuldades para o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Para o líder do PSD, Haddad tem encontrado obstáculos para se impor dentro do governo, o que prejudica a implementação de suas políticas. Kassab destacou que ministros da Fazenda precisam ter peso político para garantir a credibilidade do governo e fazer com que medidas econômicas sejam aplicadas com eficácia. Ele citou nomes como Antonio Palocci, Henrique Meirelles e Paulo Guedes como exemplos de ministros que tiveram influência decisiva na condução da economia.
As críticas ocorrem em meio a um cenário de desafios econômicos para o governo Lula, que tem enfrentado queda na popularidade. Uma pesquisa recente da Genial/Quaest mostrou um declínio na aprovação da gestão petista, especialmente no Nordeste, região que historicamente sustenta a base de apoio ao presidente.
Durante o evento, Kassab também comentou sobre o cenário político para as eleições presidenciais de 2026. Ele afirmou que, caso a eleição fosse hoje, Lula teria dificuldades para garantir a reeleição. No entanto, ele ponderou que ainda há tempo para mudanças no quadro político, o que poderia fortalecer o presidente na corrida eleitoral.
O presidente do PSD destacou que um dos principais desafios para qualquer candidato será conquistar o apoio do centro político. Na sua visão, tanto a esquerda quanto a direita precisarão de alianças com partidos de centro para viabilizar uma candidatura vitoriosa. Kassab avalia que uma eleição polarizada sem um diálogo com o centro tornaria a disputa mais imprevisível.
Entre os nomes cotados para a eleição de 2026, Kassab apontou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, como um dos principais expoentes da oposição. Ele destacou a força política do governador, mas sugeriu que Tarcísio tende a buscar a reeleição estadual em vez de disputar a Presidência da República. Esse cenário, segundo Kassab, pode abrir espaço para que outros nomes da direita e do centro ganhem protagonismo na corrida eleitoral.
As declarações de Kassab reforçam um debate que tem ganhado força nos bastidores da política: a necessidade de um ministro da Fazenda com mais influência para impulsionar a economia e consolidar a base de apoio do governo. As críticas ao desempenho de Haddad não são isoladas e refletem a pressão que o ministro enfrenta dentro do próprio governo e no mercado financeiro.
Até o momento, a equipe de Haddad não se manifestou sobre as falas de Kassab. Nos últimos meses, o ministro tem tentado equilibrar as demandas políticas do governo com a necessidade de manter o controle fiscal e atrair investimentos. Entretanto, sua ausência em algumas reuniões estratégicas do governo já foi interpretada como um sinal de que ele enfrenta dificuldades para se firmar como uma voz central dentro da equipe de Lula.
O cenário político e econômico segue incerto, com desafios para o governo Lula na tentativa de melhorar sua popularidade e consolidar um projeto eleitoral competitivo para 2026. As próximas movimentações políticas, especialmente em relação à articulação com partidos de centro, serão decisivas para definir os rumos da disputa presidencial.