Segundo o parlamentar, muitas pessoas estariam procurando informações diretamente com ele desde que Trump utilizou sua rede Truth Social para defender Bolsonaro daquilo que classificou como uma “caça às bruxas”. No entanto, Eduardo optou por não divulgar mais detalhes no momento, o que gerou ainda mais expectativa entre aliados e apoiadores do ex-presidente brasileiro. Em sua postagem, o deputado afirmou que não poderia revelar mais, mas garantiu que essa não será a única novidade vinda do território americano nas próximas semanas. A mensagem termina com um agradecimento a todos que, segundo ele, estão engajados na “batalha”, uma referência à luta jurídica e política que seu pai enfrenta no Brasil.
Nos bastidores da política, a mensagem de Trump em defesa de Bolsonaro não foi recebida com surpresa, mas causou desconforto nos meios institucionais, especialmente no Supremo Tribunal Federal. O nome mais citado nesse cenário é o do ministro Alexandre de Moraes, responsável pela relatoria de diversos inquéritos envolvendo o ex-presidente, seus aliados e apoiadores. A tensão aumentou com as declarações do ex-presidente norte-americano, que acusou o governo brasileiro de perseguir Bolsonaro, classificando o tratamento dado a ele como injusto e politicamente motivado.
Trump, que tem enfrentado processos judiciais nos Estados Unidos com argumentos semelhantes, fez um paralelo entre sua própria situação e a de Bolsonaro, afirmando que ambos são alvos de perseguições por parte do sistema. Ele também sugeriu que o povo brasileiro não irá tolerar essa situação por muito tempo e pediu diretamente: “Deixem Bolsonaro em paz”. A publicação teve ampla repercussão nas redes sociais e gerou comentários de apoio por parte de líderes conservadores em diversas partes do mundo.
A fala de Eduardo Bolsonaro reforça a ideia de que há uma articulação internacional em curso envolvendo lideranças conservadoras e que o Brasil está sendo observado de perto por agentes políticos e diplomáticos estrangeiros. Fontes ligadas ao entorno do ex-presidente acreditam que a pressão externa pode se intensificar, especialmente se os Estados Unidos, sob uma eventual nova gestão de Trump, resolverem adotar medidas mais duras contra membros do Judiciário brasileiro. Há quem fale até mesmo na possibilidade de sanções contra figuras específicas, o que seria inédito na história recente das relações entre os dois países.
Em Brasília, o clima é de atenção redobrada. Integrantes do governo Lula evitam comentar diretamente a repercussão da fala de Trump, mas sabem que o envolvimento internacional no embate interno brasileiro pode gerar novos atritos diplomáticos. Recentemente, o próprio presidente Lula afirmou que o Brasil não aceita interferência externa e destacou que o tema da democracia e do estado de direito é uma questão que cabe exclusivamente aos brasileiros. A resposta, embora não cite nominalmente Trump, foi entendida como uma reação direta à sua manifestação nas redes sociais.
Para analistas políticos, a sinalização de Eduardo Bolsonaro indica que novas revelações podem ser utilizadas para reforçar a narrativa de perseguição política. O livro “O Fantasma do Alvorada”, que aborda os bastidores da eleição de 2022 e as investigações subsequentes, é frequentemente citado como parte desse esforço de construção de uma linha alternativa de interpretação dos fatos. O tom adotado pelo deputado sugere que o campo conservador aposta na internacionalização do debate como forma de pressionar o Judiciário brasileiro e sensibilizar a opinião pública.
O que se percebe é uma escalada no discurso de confronto, com o ex-presidente dos Estados Unidos assumindo um papel ativo na defesa de Jair Bolsonaro. Caso novas ações sejam realmente anunciadas por parte dos EUA, especialmente se envolverem medidas contra integrantes do Supremo, a crise entre os poderes no Brasil pode se agravar ainda mais. A tensão já é elevada, e a simples perspectiva de uma reação internacional em defesa do ex-presidente brasileiro tem potencial para gerar desdobramentos imprevisíveis tanto no campo político quanto no diplomático.