Erika Hilton recebeu reembolso de R$ 24,7 mil por cirurgia

LIGA DAS NOTÍCIAS

A deputada federal Erika Hilton, do PSOL de São Paulo, foi reembolsada pela Câmara dos Deputados no valor de R\$ 24,7 mil após realizar um procedimento cirúrgico no nariz, em fevereiro deste ano. A intervenção, conhecida como rinosseptoplastia, teve como objetivo tratar um problema de saúde que, segundo a parlamentar, não podia mais ser controlado por tratamentos convencionais com antibióticos. O procedimento foi realizado por uma equipe composta por profissionais de diferentes especialidades médicas, e a deputada afirma ter custeado com recursos próprios a parte estética da cirurgia, separando-a claramente da parte médica que foi reembolsada com dinheiro público.


Segundo Erika Hilton, o procedimento foi motivado por uma condição de saúde considerada grave, causada por infecções bacterianas recorrentes que não respondiam mais aos medicamentos orais ou tópicos. Ela relatou que, após tentativas frustradas de tratamento clínico, a cirurgia se tornou a única alternativa viável para preservar sua qualidade de vida. A parlamentar destacou que a rinosseptoplastia é um procedimento que reúne tanto aspectos funcionais quanto estéticos, mas insistiu que apenas a parte estritamente médica foi enviada para reembolso.


A cirurgia de correção da estrutura nasal foi conduzida pela cirurgiã Stefany de Melo Prata, com assistência da médica Bruna Natália Freire Ribeiro. A parte estética, que incluiu intervenções voltadas à aparência do nariz, foi realizada pelo cirurgião otorrinolaringologista Sang Yun Sin, com apoio da cirurgiã plástica Marina Vilela Chagas Ferreira. A deputada apresentou à Câmara três notas fiscais para justificar os pagamentos. A nota de R\$ 26 mil corresponde à porção médica do procedimento, que foi apenas parcialmente reembolsada. Já as outras duas notas, no valor total de R\$ 22 mil, dizem respeito exclusivamente à cirurgia estética e foram pagas por Erika com recursos próprios.


Apesar das explicações e da documentação apresentada, a notícia do reembolso gerou reações nas redes sociais, onde internautas questionaram a transparência e a necessidade do gasto. Críticos argumentaram que o valor é elevado e apontaram que, mesmo havendo justificativa médica, o episódio contribui para a percepção negativa que parte da população tem sobre os privilégios do Legislativo. A deputada, por sua vez, rebateu as críticas e afirmou que seguiu todos os trâmites legais exigidos pela Câmara dos Deputados, apresentando laudos, notas fiscais detalhadas e justificativas médicas.


A questão ganhou ainda mais repercussão devido ao histórico do uso de verbas indenizatórias por parlamentares em tratamentos de saúde, um tema que costuma provocar debates intensos no Congresso e na opinião pública. Pela legislação vigente, os deputados federais têm direito a reembolso de despesas médicas, desde que essas sejam consideradas imprescindíveis e estejam devidamente comprovadas. No entanto, a linha que separa o que é gasto pessoal e o que é gasto passível de reembolso muitas vezes se torna objeto de contestação, especialmente quando envolve procedimentos com alguma conotação estética.


Erika Hilton, uma das parlamentares mais atuantes da esquerda no Congresso e figura conhecida por defender pautas ligadas aos direitos humanos e à população LGBTQIA+, afirmou que sua integridade está acima de qualquer suspeita e que está disposta a prestar todos os esclarecimentos necessários. Ela classificou como lamentáveis as tentativas de politização de um problema de saúde pessoal, especialmente quando, segundo ela, o caso foi conduzido com total responsabilidade e dentro das normas legais.


Além da rinosseptoplastia, outros episódios recentes envolvendo parlamentares e reembolsos médicos voltaram a alimentar discussões sobre o uso de recursos públicos em tratamentos particulares. A falta de uma padronização clara sobre o que pode ou não ser reembolsado, somada à ausência de um controle mais rígido por parte da Mesa Diretora, reforça a necessidade de uma reforma no sistema de prestação de contas dos parlamentares, segundo especialistas em administração pública e ética legislativa.


Mesmo com as críticas, Erika Hilton manteve sua posição e afirmou que, se a mesma situação se repetisse, agiria da mesma forma, priorizando sua saúde, mas arcando pessoalmente com os custos que não cabem ao erário. A deputada reforçou ainda que continuará defendendo a transparência no uso de verbas públicas e o direito de todos os parlamentares, independentemente de filiação política, de receber tratamento médico digno quando necessário, desde que respeitadas as normas e a legalidade.


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