O procedimento realizado é uma laparostomia exploratória, técnica cirúrgica que permite o acesso ao interior da cavidade abdominal para avaliação e, se necessário, tratamento de possíveis complicações internas. O objetivo da intervenção é justamente identificar e tratar possíveis anomalias decorrentes de aderências intestinais, um problema que, segundo Michelle, vinha causando desconforto e exigia acompanhamento médico detalhado. A presença dessas aderências teria sido a principal causa da complexidade e da extensão da cirurgia.
Na mais recente atualização, feita por Michelle às 17h55, ela comunicou que a equipe médica estimava mais uma ou duas horas até a conclusão da cirurgia. A ex-primeira-dama voltou a reforçar que o estado clínico de Bolsonaro era considerado estável, apesar da duração do procedimento. Segundo ela, os médicos já haviam antecipado à família que seria uma cirurgia longa, justamente por conta das aderências que o ex-presidente apresentava no intestino.
Desde que deixou o Palácio do Planalto, Bolsonaro tem enfrentado uma série de complicações de saúde, muitas delas relacionadas ao atentado sofrido durante a campanha eleitoral de 2018, em Juiz de Fora, Minas Gerais, quando foi esfaqueado durante um ato público. A gravidade do ferimento exigiu múltiplas cirurgias ao longo dos anos e gerou sequelas que ainda hoje repercutem em seu quadro clínico. A cirurgia deste domingo está entre as mais demoradas enfrentadas por ele desde então.
Apesar da tensão causada pela duração do procedimento, a movimentação em torno do hospital onde Bolsonaro está internado se manteve controlada ao longo do dia. Aliados políticos, integrantes de sua equipe e simpatizantes do ex-presidente expressaram apoio e otimismo pelas redes sociais. Diversos parlamentares publicaram mensagens de solidariedade e desejaram pronta recuperação a ele. Já no entorno do hospital, alguns apoiadores se reuniram em vigília, portando bandeiras do Brasil e cartazes com mensagens de fé e esperança.
O hospital, até o momento, não divulgou boletim médico oficial. As informações disponíveis vêm, majoritariamente, das redes sociais da família e de fontes próximas ao ex-presidente. A expectativa é de que uma atualização formal seja feita assim que a cirurgia for concluída, o que deve ocorrer ainda nesta noite, caso não haja intercorrências.
A nova intervenção acontece em meio a um momento politicamente sensível para Bolsonaro, que responde a diversos processos na Justiça e se tornou réu em diferentes ações envolvendo sua conduta enquanto chefe do Executivo. Ainda assim, ele continua sendo uma das principais figuras da oposição ao atual governo federal e mantém expressiva base de apoio entre eleitores e parlamentares conservadores.
Nos últimos dias, Bolsonaro havia se submetido a uma bateria de exames, justamente para avaliar a possibilidade de uma nova cirurgia. Segundo fontes próximas ao ex-presidente, os sintomas de desconforto abdominal haviam se intensificado, levando a equipe médica a decidir pela intervenção. O transporte para o hospital de Brasília foi feito com o auxílio de uma UTI aérea, da qual Bolsonaro chegou a compartilhar imagens em suas redes sociais, ao lado de Michelle.
Mesmo fora do poder, o ex-presidente permanece no centro do debate político nacional. Sua saúde, assim como seus posicionamentos e aparições públicas, continuam atraindo a atenção da imprensa e de analistas políticos. A cirurgia deste domingo, portanto, tem implicações não apenas médicas, mas também políticas, considerando o papel que Bolsonaro ainda exerce no cenário brasileiro.
A família e os médicos esperam que a operação seja suficiente para estabilizar o quadro clínico do ex-presidente e proporcionar uma recuperação progressiva. Nas palavras de Michelle, o momento é de oração, paciência e confiança na equipe médica responsável. Assim que houver novas informações, elas serão compartilhadas com o público, segundo a ex-primeira-dama.
Até o fim da tarde deste domingo, o Brasil permanece atento ao desfecho da cirurgia, acompanhando cada detalhe com expectativa e apreensão. Enquanto isso, a equipe médica segue empenhada em garantir a saúde e a estabilidade de Jair Bolsonaro, que ainda enfrenta as consequências de um atentado que mudou os rumos da política brasileira.