Marçal, que tem se mostrado um nome forte no cenário político, fez questão de enfatizar que, independentemente de seu destino eleitoral, não entrará em atrito com Bolsonaro. "Você nunca vai me ver desonrando o Bolsonaro. Em 2022, eu estava assim, maluco, eu cheguei a falar mal dele", confessou o empresário, lembrando que, naquele período, sua postura foi bem mais agressiva, especialmente nas discussões políticas.
Ao refletir sobre o passado, Marçal reconheceu que, durante a campanha pela Prefeitura de São Paulo, teve desentendimentos com algumas pessoas e até desrespeitou alguns adversários. No entanto, ele frisou que tal comportamento foi algo comum no jogo político, o que pode ser confirmado por qualquer pessoa envolvida no cenário político. “Honrar é uma posição que não é todo mundo que tem. Desrespeitar é diferente. Acredito que eu desrespeitei pessoas, sim, e, no meio do jogo político, quem não desrespeitou que atire a primeira pedra”, afirmou.
Em relação ao ex-presidente, Marçal fez uma análise pessoal e afirmou que, desde os tempos de faculdade, teve uma admiração por Bolsonaro, especialmente por sua postura como deputado federal. “Eu achava ele bem da hora. Só que ele não teve a postura republicana e nem nobre quando teve a oportunidade. Eu acho que ele perdeu para ele mesmo", explicou, destacando que, apesar das divergências, Bolsonaro é um nome de grande relevância para a direita no Brasil.
No entanto, Marçal fez questão de separar as águas ao afirmar que, para ele, Bolsonaro é um "grande nome de direita", mas não necessariamente o maior nome conservador. Ele reforçou a importância do ex-presidente para o espectro político brasileiro, mas, ao mesmo tempo, sinalizou que sua visão política vai além da figura de Bolsonaro, que, para Marçal, não conseguiu manter a postura necessária em momentos decisivos.
Apesar das críticas que o empresário fez a Bolsonaro em momentos passados, ele reafirmou que não há interesse em criar um confronto direto com o ex-presidente em uma possível disputa. “Se eu for para uma disputa num debate com ele, não esperem eu entrar em atrito com ele. Acho que não faz sentido. Por quê? Porque ele construiu uma esperança”, afirmou, reconhecendo a importância do legado político de Bolsonaro, principalmente para os eleitores que se identificam com suas ideias.
Marçal também comentou sobre outros possíveis cenários políticos em 2026, destacando a figura de Tarcísio de Freitas, atual governador de São Paulo, como um nome que agrada não só aos conservadores, mas também a setores da esquerda. Ele indicou que o cenário político paulista está se desenhando de forma interessante, com várias possibilidades de alianças e articulações. Marçal acredita que, mesmo que Tarcísio decida não se candidatar, a disputa em São Paulo será intensa e cheia de alternativas, o que ele vê como uma oportunidade para sua própria carreira política.
A entrevista foi uma chance para Marçal se distanciar de alguns dos embates que marcaram sua trajetória política recente. Ao fazer uma análise mais reflexiva sobre sua postura em 2022, ele revelou estar disposto a seguir um caminho mais conciliador, o que parece ser uma mudança de tom comparada ao seu comportamento nas últimas eleições. Apesar disso, ele deixou claro que seu objetivo não é agradar a todos, mas atuar de maneira coerente com os princípios que acredita, sem precisar cair em ataques pessoais ou disputas desnecessárias.
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Em relação ao futuro, Marçal parece disposto a não se envolver em brigas internas dentro do campo da direita. Para ele, o cenário político exige unidade e foco em propostas concretas para o país, e ele espera que a política brasileira siga em um caminho de menos radicalismo e mais diálogo. Ele reforçou que o foco de sua candidatura, seja ao Planalto ou ao governo de São Paulo, será sempre em trabalhar por um Brasil mais forte e com mais oportunidades para todos, sem perder de vista os valores que defende.
A entrevista de Marçal, portanto, foi um claro recado de que, para ele, a política deve ser feita com respeito e sem desonrar figuras políticas, mesmo que haja divergências. O empresário se mostra preparado para disputar as eleições de 2026 com um discurso mais conciliador, apostando na criação de alianças e no fortalecimento de um campo político que, segundo ele, ainda tem muito a contribuir para o futuro do Brasil.