Kassab está “ao nosso lado” para aprovar PL da anistia, diz Bolsonaro

LIGA DAS NOTÍCIAS

Neste domingo (16), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) anunciou em um ato no Rio de Janeiro que conta com o apoio de Gilberto Kassab, presidente nacional do PSD, para a aprovação do projeto de lei que propõe anistiar os envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023. Durante o evento, que reuniu apoiadores do ex-presidente, Bolsonaro destacou que o apoio de Kassab e de sua bancada será fundamental para que a proposta ganhe força no Congresso Nacional.


O projeto de anistia busca extirpar as penas de pessoas condenadas por envolvimento nos ataques às sedes dos Três Poderes em Brasília, quando bolsonaristas invadiram e depredaram o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal. Bolsonaro ressaltou que a proposta tem ganhado apoio de diferentes partidos e que a colaboração de Kassab, que, segundo ele, teria sido resolvida uma pendência em São Paulo, é um avanço significativo para a viabilização do projeto.


Embora a CNN tenha tentado contato com Gilberto Kassab para confirmar a declaração de Bolsonaro, até o momento não houve retorno. A fala de Bolsonaro no Rio de Janeiro se deu em meio a um ato em que ele reforçou sua defesa dos envolvidos nos atos de janeiro, principalmente de pessoas mais idosas, que enfrentam longas condenações de até 17 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado. Segundo o ex-presidente, a proposta de anistia visa corrigir o que considera serem penas excessivas para aqueles que se envolvem na manifestação de um movimento político.


A proposta também foi mencionada por Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do PL na Câmara dos Deputados, que participou do ato e afirmou que o partido trabalhará para que a proposta ganhe urgência. Cavalcante anunciou que na próxima reunião do colégio de líderes, prevista para quinta-feira (20), ele e os 92 deputados do PL, além de membros de outros partidos, apresentarão um pedido de urgência para que o projeto entre na pauta do Congresso Nacional na semana seguinte.


O ato em Copacabana também ocorre em um momento tenso, à medida que se aproxima o julgamento da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), que deliberará, nos dias 25 e 26 de março, sobre a aceitação ou não da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR). A denúncia se refere a uma suposta tentativa de golpe de Estado promovida por Bolsonaro e outros 33 envolvidos após as eleições de 2022. O STF já condenou 476 pessoas pelos atos de 8 de janeiro, e o julgamento em andamento pode ter implicações diretas para a vida política do ex-presidente.


O projeto de anistia continua sendo um tema polêmico no Brasil, gerando debates acirrados entre diferentes setores da política. Defensores da proposta, como o ex-presidente Bolsonaro e seus aliados, argumentam que as penas para os envolvidos nos atos devem ser revistas, especialmente para aqueles que, segundo eles, estavam apenas exercendo seu direito de protestar contra o resultado das eleições. Por outro lado, críticos veem a proposta como uma tentativa de enfraquecer a Justiça e dar um salvo-conduto para aqueles que participaram de uma ação violenta contra as instituições democráticas do país.


A expectativa agora se volta para os próximos dias, quando o Congresso Nacional poderá tomar uma decisão sobre a urgência do projeto e, eventualmente, iniciar a tramitação da proposta de anistia. Além disso, a movimentação dos partidos, em especial a do PL e do PSD, será decisiva para o futuro político de Bolsonaro e de seus aliados. Para muitos, a questão central é até que ponto o apoio de líderes como Kassab pode influenciar no posicionamento de outros parlamentares e, assim, garantir a aprovação de um projeto que ainda divide profundamente a opinião pública.

Tags

#buttons=(Accept !) #days=(20)

Nosso site usa cookies para melhorar sua experiência. Check Now
Accept !