Bolsonaro vai ao STF com principal condecoração do Exército

LIGA DAS NOTÍCIAS

O ex-presidente Jair Bolsonaro, atual membro do PL, esteve no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira, 25 de março, acompanhando a sessão da Primeira Turma da Corte. Durante a visita, ele usava um distintivo no seu terno, representando a Medalha de Pacificador com Palma, a mais alta condecoração do Exército Brasileiro. A honraria foi conferida a Bolsonaro em 2018, em reconhecimento a um ato de bravura ocorrido em 1978, quando ele, então capitão do Exército, salvou um soldado que estava se afogando durante um treinamento militar.


A medalha de Pacificador com Palma é destinada a militares e civis brasileiros que se destacam por atos de coragem, com risco de morte, no exercício de suas funções. A cerimônia para a entrega dessa medalha costuma acontecer no Dia do Soldado, em 25 de agosto, mas, no caso de Bolsonaro, foi realizada em dezembro de 2018, quando ele havia acabado de ser eleito presidente da República.


Na ocasião de sua ida ao STF, o ex-presidente se juntou a outros réus no julgamento de uma denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que investiga a tentativa de golpe de Estado. Bolsonaro é um dos oito envolvidos no processo, que avalia os eventos relacionados aos atos golpistas após a eleição de 2022, quando a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva foi contestada por setores ligados ao ex-presidente. A presença de Bolsonaro no Supremo gerou discussões sobre o momento político, especialmente pelo simbolismo da medalha que ele ostentava.


O julgamento que Bolsonaro acompanhou envolve uma série de acusações e análises de atos que teriam ocorrido durante o período pós-eleitoral, quando houve tentativas de deslegitimar o processo eleitoral. A defesa do ex-presidente, por sua vez, afirmou que respeita a decisão do STF, independentemente do rumo que o julgamento tomar. Na mesma linha, outros réus também estão sendo avaliados pela Corte, em uma análise detalhada das provas e dos relatos apresentados.


A Medalha de Pacificador com Palma, concedida a Bolsonaro em 2018, é uma das mais prestigiosas do Exército Brasileiro. Ela simboliza o reconhecimento por atos de coragem e heroísmo, sendo um prêmio raramente concedido. No caso do ex-presidente, o ato que levou à sua concessão aconteceu no final da década de 1970, quando ele ainda estava na ativa como capitão do Exército. O evento de salvamento do soldado afogado se deu durante um exercício militar e foi considerado uma atitude de risco extremo, o que justifica a honraria recebida.


Apesar de Bolsonaro ter sido um dos principais líderes da oposição durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva e de sua base de apoio ser fortemente alinhada com temas militares, a condecoração não foi um fator isolado em sua trajetória. Ela simboliza, porém, um dos marcos de sua carreira militar, antes de sua entrada para a política, quando se destacou por sua atuação nas Forças Armadas.


A visita ao STF e o uso da medalha no evento também geraram controvérsias em relação ao simbolismo da presença de Bolsonaro na Corte em um momento de tamanha tensão política. A medida, alguns interpretam, pode ter sido uma tentativa de reforçar a sua imagem diante de um julgamento que envolve acusações graves. Bolsonaro, que se manteve em silêncio durante a maior parte da sessão, já tem se pronunciado publicamente sobre o processo, alegando que respeita a Justiça e que as acusações são infundadas.


A sessão da Primeira Turma do STF teve grande repercussão na mídia, sendo acompanhada de perto por políticos, analistas e cidadãos interessados no desfecho dos eventos que ainda seguem em andamento. A previsão é de que o julgamento sobre a tentativa de golpe continue a ser discutido nos próximos dias, com novas manifestações e avaliações da defesa e da acusação. Com isso, a figura de Jair Bolsonaro segue centralizada no debate político nacional, com o ex-presidente buscando se distanciar das acusações e reafirmar seu compromisso com a ordem legal.


Além de sua presença no Supremo, a trajetória de Bolsonaro continua sendo tema de discussões e divisões na sociedade, com aliados e adversários pontuando diferentes visões sobre seu papel na história recente do Brasil. O processo atual, relacionado à denúncia de tentativa de golpe, é apenas um dos muitos que envolvem o ex-presidente desde que deixou o cargo em 2023, e ele continua sendo uma figura polarizadora, tanto no cenário político quanto no âmbito jurídico.


Bolsonaro segue no centro das atenções, tanto por sua postura durante o julgamento no STF quanto pela condecoração recebida em 2018, que traz à tona o passado militar que, para muitos, serve como um elemento de legitimação, enquanto para outros, reforça uma imagem de autoritarismo que ainda precisa ser discutida e entendida no contexto atual do país.

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