De forma irônica, o parlamentar afirmou que, se fosse o PT, lançaria Janja imediatamente como candidata à presidência, destacando-a como uma figura capacitada e preparada para ocupar o cargo. "Eu acho a Janja uma ótima candidata. Se eu sou o PT, eu lançaria ela com toda certeza, uma pessoa capacitada, uma pessoa que entende muito sobre gasto público. Pra mim, é o nome da esquerda em 2027, não tenho dúvidas, ela é a nossa ‘10 e faixa’, é a pessoa mais preparada do governo Lula. Lula, por gentileza, lance Janja a presidente. Vou começar a campanha desde hoje: Janja, candidata a presidente do Brasil", afirmou Nikolas em tom jocoso.
As declarações de Nikolas geraram risos e apoio entre seus seguidores, enquanto também repercutiram amplamente nas redes sociais, com muitos interpretando suas palavras como uma provocação direta ao governo petista. A reação de parte do público foi de diversão, mas também houve críticas pela ironia envolvida.
Após a repercussão de suas declarações, o deputado fez questão de esclarecer que estava apenas brincando. No entanto, ele não deixou de tecer críticas à primeira-dama, sugerindo que ela não é bem aceita nem pelos aliados de Lula. "Brincadeira à parte, é claro, a gente brinca assim com a Janja porque a Janja, meu Deus… Nunca tire o microfone da Janja, né? A Janja, de fato, consegue ser democrática: nem a gente gosta dela, nem a esquerda também. Nem o filho do Lula gosta dela", disse, destacando um episódio polêmico envolvendo o filho do presidente, que chegou a ofender a primeira-dama. Nikolas aproveitou a oportunidade para criticar o tratamento desigual em casos de ofensas a mulheres, fazendo uma referência ao fato de que, enquanto o filho de Lula pode se manifestar dessa forma, ele próprio poderia ser preso caso fizesse o mesmo.
A relação de Janja com setores da esquerda sempre gerou especulações, especialmente em relação ao grau de influência que ela exerce dentro do governo. Algumas críticas surgiram de petistas que consideram sua postura centralizadora, enquanto outros consideram sua presença uma forma de fortalecimento da imagem do governo Lula. A ironia de Nikolas, no entanto, acrescenta um novo elemento à dinâmica política, sugerindo uma cisão ainda maior dentro do próprio PT.
Nikolas também aproveitou para abordar as perspectivas para o futuro das eleições de 2026, afirmando que o PT enfrentará dificuldades em encontrar um nome à altura de Lula para disputar a presidência. Segundo o deputado, a popularidade da esquerda está em declínio, e a situação política do partido é cada vez mais complexa. "Eu acho que existem nomes que a esquerda pode colocar, mas eu acho que a popularidade da esquerda e a condição de você ter um candidato difuso como o Lula, eu acho muito difícil. Agora, as pesquisas já mostram que, se a eleição fosse hoje, o Bolsonaro ganharia do Lula. Isso mostra que ele está derretendo", comentou Nikolas, referindo-se ao desempenho de Luiz Inácio Lula da Silva nas pesquisas eleitorais.
Apesar de suas críticas ao governo, Nikolas alertou que uma possível derrota de Lula não significaria o fim do PT ou da esquerda no Brasil. O deputado reforçou que a esquerda é um movimento em constante reorganização e que, independentemente dos obstáculos, continuará tentando se manter no poder. "Não sejam inocentes e ingênuos nesse sentido. O Lula vai morrer e a esquerda vai continuar, e eles vão continuar se estruturando porque a esquerda não é, digamos assim, uma ideologia, ela é um movimento", afirmou.
A reação à fala de Nikolas foi imediata. Enquanto seus apoiadores se divertiram com a ironia, parlamentares da base governista, como a deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR), atacaram o deputado, acusando-o de machismo e de desrespeitar a figura de Janja. Gleisi escreveu em suas redes sociais: "Essa obsessão da extrema-direita em atacar mulheres na política é vergonhosa. Janja tem todo o direito de participar do debate público e não será calada por piadas de mau gosto."
Enquanto isso, o cenário para as eleições de 2026 permanece indefinido. A possibilidade de Lula não tentar a reeleição abre espaço para outros nomes do PT, como Fernando Haddad, Rui Costa e Flávio Dino, que podem surgir como alternativas viáveis. O episódio envolvendo Nikolas Ferreira e sua ironia sobre Janja candidata a presidente gerou discussões intensas e alimentou o clima de polarização política que marca o cenário eleitoral brasileiro. De um lado, a direita intensifica suas críticas ao governo petista, enquanto a esquerda tenta se reorganizar e buscar um nome forte para representar seus ideais nas próximas eleições presidenciais.