Lula iniciou seu discurso destacando a importância do governo em projetos que, segundo ele, têm um impacto direto na vida das pessoas. O presidente fez uma comparação entre os investimentos em infraestrutura feitos por diferentes governos, ressaltando que muitos focaram em obras como pontes e viadutos, mas que agora o foco deveria ser em ações que, efetivamente, combatessem as desigualdades sociais e garantissem a alimentação da população. "Fazer ponte, todo mundo já fez; fazer viaduto, todo mundo já fez. Agora, quero saber quem teve a preocupação de encher a barriga do nosso povo de comida", disse ele, sugerindo que as ações do governo atual estão mais voltadas para o bem-estar da população.
Em seguida, o presidente criticou o aumento dos preços dos alimentos e sugeriu que a população poderia ajudar a pressionar pela queda dos preços, evitando comprar produtos que estivessem muito caros. A medida, de acordo com Lula, seria uma forma de controlar a inflação e ajudar as famílias brasileiras a enfrentarem a alta no custo de vida. Lula também afirmou que o ano de 2025 será um período de "colheita" das políticas públicas implementadas em 2023 e 2024, destacando que este seria o momento de mostrar os resultados concretos do seu governo e, ao mesmo tempo, combater as chamadas "mentiras" e "fake news" espalhadas por opositores.
O ex-presidente Bolsonaro foi novamente alvo das críticas de Lula, que não poupou palavras ao afirmar que, durante o governo de seu antecessor, pouco foi feito pelo Nordeste e pela Bahia. "Bolsonaro não trouxe um tijolo para a Bahia", disse o presidente, sugerindo que o governo anterior falhou em promover investimentos reais e duradouros para a região. Lula pediu que os cidadãos comparassem sua gestão com a anterior, enfatizando os benefícios das políticas do atual governo, como os investimentos em infraestrutura e segurança hídrica.
Além disso, Lula aproveitou para destacar a importância do acesso ao crédito e anunciou que o governo federal pretende expandir as políticas de crédito para a população, principalmente para os mais pobres. Segundo ele, isso permitirá uma circulação maior de dinheiro e ajudará a aquecer a economia, gerando mais demanda e impulsionando o consumo de produtos essenciais. "A minha tese é a seguinte: muito dinheiro na mão de poucos significa a miséria de muitos. Agora, pouco dinheiro na mão de todos significa melhorar a vida de todos os brasileiros", declarou Lula, reforçando seu compromisso com políticas sociais que promovam a inclusão econômica.
O presidente também falou sobre o impacto que a circulação de dinheiro poderia ter em setores como a alimentação, vestuário e material escolar, sugerindo que essas áreas seriam as mais beneficiadas por sua política econômica. "Ninguém aqui vai comprar dólar, ninguém vai depositar no exterior. Vocês vão comprar comida, vocês vão comprar roupa, material escolar", afirmou, destacando que o objetivo era melhorar as condições de vida de todos os brasileiros, principalmente daqueles que mais precisam.
O evento em Paramirim contou com a presença de autoridades locais e nacionais, incluindo o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, e os ministros Rui Costa (Casa Civil), Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional), Jader Filho (Cidades) e Sidônio Palmeira (Comunicação Social). A presença dessas autoridades reforçou a importância do evento e dos investimentos anunciados, principalmente para a população da Bahia, um dos estados mais afetados por problemas de acesso à água potável e infraestrutura básica.
A visita de Lula à Bahia e seus discursos ressaltaram a importância de ações concretas para o desenvolvimento do Nordeste e o combate à desigualdade social, temas recorrentes em sua administração. A crítica à gestão de Bolsonaro, aliada a promessas de ações políticas voltadas para o bem-estar social, foram os pontos centrais de sua fala, evidenciando a continuidade da disputa política entre os dois ex-presidentes.
O programa "Água para todos" e os investimentos no setor de segurança hídrica são um reflexo da agenda de Lula voltada para a melhoria das condições de vida no Brasil, com foco em áreas essenciais como saúde, educação e infraestrutura. Ao se posicionar contra as políticas do governo anterior e anunciar ações para o futuro, Lula reforça sua liderança política, enquanto o país enfrenta desafios econômicos e sociais significativos.