A nova pesquisa do Instituto PoderData revelou um cenário preocupante para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cuja popularidade enfrenta seu pior momento desde o início do mandato. Os números apontam que 51% dos eleitores desaprovam a atual gestão, enquanto apenas 42% a aprovam. Essa é a terceira vez que a rejeição ao governo supera a aprovação, mas agora a diferença de nove pontos percentuais está fora da margem de erro da pesquisa, indicando um agravamento do quadro político para o petista.
O levantamento, realizado entre os dias 25 e 27 de janeiro de 2025, destaca o aumento da insatisfação em meio a um contexto de desafios econômicos, dificuldades políticas e falhas na comunicação do governo. Durante a campanha eleitoral, Lula prometeu priorizar políticas sociais e ampliar a participação dos mais pobres no orçamento, mas a alta do dólar e a consequente inflação, especialmente nos preços dos alimentos, têm comprometido a qualidade de vida da população. A perda do poder de compra atingiu principalmente as classes mais baixas, que tradicionalmente representam uma base eleitoral fiel ao presidente. Esse desgaste gerou reações dentro do próprio governo, com Lula cobrando mais eficiência de sua equipe ministerial para conter a inflação e impedir uma deterioração ainda maior de sua popularidade.
Além das dificuldades econômicas, um fator determinante para a queda na aprovação foi o episódio do "Pixgate". A proposta do governo de alterar a fiscalização do sistema de pagamentos foi amplamente criticada nas redes sociais e gerou forte reação negativa. Mesmo com o recuo e a revogação da medida, o governo sofreu um impacto considerável, que evidenciou falhas na comunicação e na estratégia política. A crise resultante minou ainda mais a credibilidade do Planalto e ampliou a percepção de insegurança entre os eleitores, que passaram a questionar as decisões da administração petista.
Os dados da pesquisa mostram que a rejeição ao governo tem crescido mesmo entre os eleitores que confiaram em Lula nas eleições de 2022. O número de apoiadores que agora desaprovam a gestão passou de 10% no início do mandato para 23% em 2025, um aumento expressivo. Paralelamente, a aprovação entre aqueles que votaram no petista caiu de 87% para 73%. Esse descontentamento se reflete principalmente no Nordeste, região historicamente favorável ao ex-presidente. O índice de desaprovação entre os nordestinos saltou de 35% para 43%, enquanto a aprovação caiu de 55% para 51%. Se no início do governo a vantagem de Lula na região era de 20 pontos percentuais, agora essa diferença despencou para apenas oito, acendendo um alerta para o Palácio do Planalto.
A crescente insatisfação revela que o governo tem encontrado dificuldades para convencer a população de que está no caminho certo. A combinação de problemas econômicos, crises políticas e falhas estratégicas na comunicação tem acelerado o desgaste da imagem do presidente. Embora Lula ainda mantenha um grupo fiel de apoiadores, a perda de apoio dentro de sua própria base eleitoral mostra que o governo precisa agir rapidamente para reverter a tendência negativa.
Especialistas políticos apontam que a principal estratégia para recuperar a popularidade deve envolver medidas concretas para frear a inflação e garantir maior estabilidade econômica. A crise gerada pelo "Pixgate" também deixou claro que o governo precisa melhorar sua comunicação e evitar decisões polêmicas que possam impactar diretamente a vida da população. A condução de temas delicados deverá ser mais cuidadosa para impedir novos desgastes desnecessários.
O momento delicado que Lula enfrenta pode definir os rumos do restante de seu mandato. Se a tendência de queda na aprovação continuar, o governo poderá encontrar dificuldades para implementar sua agenda política e manter a governabilidade. A resposta a essa crise será crucial para determinar a capacidade do presidente de recuperar a confiança dos eleitores e sustentar sua liderança até 2026.