Em sua fala, Rodrigues destacou que, para alcançar uma ação mais eficiente das forças policiais, é necessário primeiro garantir uma integração interna entre as polícias federais — Polícia Federal, Rodoviária Federal e Penal. Em seguida, essa integração precisa ser expandida para os estados, por meio de uma coordenação nacional que estabeleça diretrizes claras e forneça os recursos necessários para a implementação dessas diretrizes. O diretor-geral afirmou que a cooperação entre os diferentes níveis de polícia é essencial para enfrentar os desafios da segurança pública de forma mais eficaz.
A PEC proposta por Lewandowski foi apresentada no dia 15 de janeiro, após extensas discussões com governadores que haviam levantado preocupações sobre uma possível invasão de competências por parte do governo federal. A nova versão da PEC visa equilibrar as responsabilidades federais e estaduais, garantindo um papel mais coordenado e colaborativo entre as diferentes forças de segurança. A proposta também apresenta mudanças significativas, como a redefinição da nomenclatura da Polícia Ostensiva Federal, que, na versão anterior do texto, tinha uma denominação mais ampla. Na nova versão, a corporação será chamada de Polícia Viária Federal e terá a responsabilidade de patrulhar não apenas as rodovias, mas também ferrovias e hidrovias federais.
Ao abordar os benefícios da PEC, Andrei Rodrigues ressaltou que ela cria um caminho para a integração das forças de segurança, permitindo ações complementares entre as diferentes corporações. Para ele, a integração é a chave para a eficiência no enfrentamento da criminalidade, e a proposta garante um quadro de ação mais colaborativo, sem a necessidade de enfrentamento ou conflitos entre as polícias. Rodrigues foi enfático ao afirmar que a PEC proporcionará uma estrutura mais coordenada, que permitirá que as corporações, apesar de suas diferenças de atribuições, trabalhem em harmonia.
O diretor da PF também comentou sobre a criação de fundos específicos dentro da PEC, que serão destinados ao Sistema Único de Segurança Pública (SUSP), uma rede que busca integrar os esforços de segurança entre os entes federados. Para Rodrigues, a implementação desses fundos será um passo fundamental para garantir que os recursos necessários para essa integração sejam de fato disponibilizados. Ele acredita que, ao contrário de um cenário de choque e competição entre as forças de segurança, a PEC permitirá que as ações sejam complementares, com cada corporação desempenhando o seu papel de forma eficaz e coordenada.
Rodrigues explicou ainda que a proposta proporciona uma divisão clara de funções entre as diferentes polícias, o que evita sobreposição de atividades e permite maior especialização. A Polícia Federal, por exemplo, continuará com sua função judiciária e de fronteira, enquanto a Polícia Viária Federal, sob a nova denominação, será encarregada do patrulhamento ostensivo das rodovias, ferrovias e hidrovias, complementando o trabalho da PF e das polícias estaduais. Acredita-se que essa divisão de responsabilidades não só aumentará a eficiência no patrulhamento e no combate ao crime, mas também melhorará a comunicação e o trabalho conjunto entre as diversas esferas de polícia.
A PEC, portanto, visa não apenas redefinir as funções das corporações, mas também garantir que elas possam atuar de maneira mais eficaz, sem disputas de competência ou recursos. Para Andrei Rodrigues, a proposta é um avanço importante no enfrentamento da criminalidade no Brasil e no fortalecimento da segurança pública, permitindo que as ações sejam mais bem planejadas e executadas, com o apoio de um sistema coordenado e financiado adequadamente.
Em relação aos temores de conflitos entre as corporações, Rodrigues foi categórico em negar essa possibilidade. Ele garantiu que, com a estrutura proposta pela PEC, a Polícia Federal e a Polícia Viária Federal, assim como outras forças de segurança, poderão trabalhar de maneira complementar e não competitiva. A coordenação nacional proposta pela PEC, segundo ele, garantirá uma maior sinergia nas ações, tornando mais eficiente o combate ao crime organizado e outras ameaças à segurança pública.
A proposta de Lewandowski ainda precisa passar pelo processo legislativo para ser aprovada, mas, para Andrei Rodrigues, ela representa um caminho importante para resolver os desafios da segurança pública no Brasil. Ele concluiu que a integração prevista na PEC é a chave para transformar a segurança pública em uma área de atuação mais eficiente e harmoniosa, em que as diferentes forças policiais possam agir de forma conjunta e sem atritos, com um foco comum na proteção dos cidadãos e na garantia da ordem pública.