O empresário Pablo Marçal, filiado ao PRTB, voltou a criticar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em uma declaração recente, acusando-o de ser seletivo na formação de um possível cenário para a disputa presidencial de 2026. Marçal respondeu a uma provocação de Bolsonaro, que havia o chamado de “carta fora do baralho”. Para o empresário, a postura de Bolsonaro reflete a ideia de que ele só considera candidatos à presidência que sejam, de alguma forma, ligados a ele por laços familiares. Em entrevista à CNN, Marçal afirmou que o ex-presidente está “fora do jogo” e que sua visão sobre as possíveis candidaturas é limitada, já que, para ele, Bolsonaro só pensa em nomes que tenham algum vínculo de parentesco.
A disputa entre os dois começou a se intensificar durante a eleição para a prefeitura de São Paulo, quando Bolsonaro se ressentiu de uma declaração de Marçal, que alegava ter recebido apoio do ex-presidente para sua candidatura. Segundo Marçal, Bolsonaro teria dado respaldo a sua campanha, mas, na realidade, o ex-presidente manteve seu apoio ao candidato à reeleição, Ricardo Nunes, do PL. Esse episódio gerou desconforto, com o empresário acusando Bolsonaro de distorcer os fatos para evitar qualquer tipo de associação pública.
No entanto, a principal polêmica que envolveu os dois ocorreu quando Bolsonaro fez uma comparação entre a “cadeirada” que Marçal recebeu do apresentador Datena e o atentado sofrido por ele em 2018. Bolsonaro lamentou a tentativa de alguns apoiadores de comparar a facada que ele levou a um incidente ocorrido em São Paulo, em que Marçal foi agredido por Datena durante uma entrevista. Segundo o ex-presidente, a tentativa de vincular os dois episódios foi uma estratégia de Marçal para ganhar simpatia do público e obter votos. Bolsonaro também criticou a postura de Marçal ao sugerir que ele teria provocado Datena, usando palavras agressivas que teriam ferido a honra do apresentador. Para Bolsonaro, o comportamento de Marçal visava se aproveitar da atenção gerada pelo incidente para fortalecer sua imagem pública.
Apesar dessas críticas, Marçal continua firme em sua intenção de disputar a presidência da República em 2026. Ele já foi candidato à prefeitura de São Paulo, ficando em terceiro lugar na disputa, e agora parece disposto a seguir um caminho mais ousado em sua trajetória política. Para ele, a polarização entre o PT e o PL não representa uma alternativa sólida para o Brasil, e ele se coloca como uma opção para os eleitores que buscam uma terceira via.
A relação conturbada entre os dois ex-mandatários reflete um cenário político em constante transformação no Brasil. À medida que as eleições de 2026 se aproximam, novos nomes têm surgido e outros se distanciado da polarização tradicional. A figura de Marçal, que busca ampliar sua base de apoio, e a postura crítica de Bolsonaro, que continua a se posicionar como líder de um campo conservador, indicam que a próxima corrida presidencial será marcada por intensos conflitos internos, com disputas pessoais influenciando diretamente o rumo das campanhas.
Esse cenário também é alimentado por discussões sobre a candidatura de outros nomes dentro do espectro político brasileiro, com algumas figuras do PL e de outras siglas sendo especuladas como possíveis candidatos à presidência. A postura de Bolsonaro em relação a Marçal pode ser vista como uma tentativa de reafirmar sua autoridade política, tentando afastar aqueles que considera concorrentes, principalmente os que buscam se distanciar das bases tradicionais de apoio. Por outro lado, Marçal parece ter o objetivo de se posicionar como uma alternativa ao establishment político, buscando, entre os eleitores, um espaço que vai além das disputas de grupos familiares e ideológicos.
No entanto, para muitos analistas políticos, o futuro da disputa em 2026 não se limita a essa polarização entre Bolsonaro e Marçal. Embora o ex-presidente ainda possua uma grande base de apoio, sua capacidade de lançar novos nomes ou formar alianças com outros líderes de peso ainda está em jogo. O cenário é de incertezas, com diversos fatores externos, como a situação econômica e questões de governabilidade, podendo influenciar diretamente a escolha dos eleitores.
O afastamento entre Bolsonaro e Marçal, e as acusações mútuas que se intensificaram nas últimas semanas, apenas reforçam o quadro de incertezas sobre quem realmente dominará o debate político no país nos próximos anos. O Brasil segue em um momento de transição, em que novos movimentos e lideranças podem surgir para desafiar a ordem política vigente, e o ex-presidente parece cada vez mais cercado de questionamentos sobre sua real capacidade de se manter relevante no cenário nacional.