Nos últimos dias, Gentili intensificou os ataques verbais em meio a especulações sobre uma possível candidatura à Presidência da República em 2026. Ligado ao Movimento Brasil Livre (MBL), o humorista estaria planejando concorrer ao Planalto pelo Partido Missão, uma legenda ainda em fase de estruturação. Apesar de não ter oficializado sua intenção, as movimentações nas redes sociais e a intensidade das críticas a seus adversários políticos sugerem uma tentativa de se firmar como uma alternativa na direita brasileira.
Em uma publicação recente no X (antigo Twitter), Gentili comparou as ações do ex-presidente Jair Bolsonaro às de Donald Trump, insinuando que Bolsonaro deixou a desejar em sua gestão. A crítica gerou uma resposta do vereador Carlos Bolsonaro, que se disse decepcionado com a mudança de postura do humorista. Carlos afirmou que, no passado, admirava Gentili, mas lamentou o tom agressivo e os ataques pessoais, desejando que ele encontrasse menos ódio na vida.
Carlos também utilizou a oportunidade para rebater as acusações de inércia do governo Bolsonaro em relação à liberdade de expressão. Ele mencionou uma medida provisória editada pelo ex-presidente sobre o tema, que foi rejeitada pelo então presidente do Senado, como exemplo dos esforços do governo na área. A resposta, contudo, foi recebida com mais ataques de Gentili, que não poupou palavras ofensivas contra o vereador e sua família.
Eduardo Bolsonaro também foi alvo das críticas do humorista. Em outra postagem, Gentili acusou o deputado de priorizar sua relação com os Estados Unidos em detrimento dos problemas enfrentados por São Paulo, estado que representa na Câmara dos Deputados. As críticas subiram de tom quando o apresentador usou insultos pessoais, chamando Eduardo de “cabeça de Ozempic” e sugerindo que ele se preocupasse mais com os problemas locais.
O conflito expôs ainda mais o distanciamento de Gentili em relação ao bolsonarismo, um movimento que, no passado, contava com sua simpatia. Hoje, o humorista adota uma postura combativa, utilizando palavras duras e provocativas para atacar os principais representantes do grupo político. Em uma declaração mais ácida, chegou a se referir a Jair Bolsonaro como um “mendigo descartado”, rejeitando qualquer comparação entre o ex-presidente brasileiro e Donald Trump.
As declarações de Gentili dividiram opiniões entre os internautas. Enquanto alguns apoiam a postura crítica e independente do humorista, outros o acusam de ultrapassar os limites da ética e do respeito no debate público. A polêmica também reacendeu discussões sobre o uso das redes sociais como palco para disputas políticas, especialmente quando o discurso ultrapassa o campo das ideias e se transforma em ataques pessoais.
Analistas políticos destacam que o comportamento de Gentili pode ser uma estratégia para atrair atenção e consolidar sua imagem como um outsider da política tradicional, buscando se distanciar tanto do bolsonarismo quanto do petismo. No entanto, os constantes ataques e o uso de linguagem vulgar podem afastar possíveis apoiadores, especialmente entre os eleitores mais moderados.
A reação da família Bolsonaro também reflete a tensão crescente entre diferentes grupos da direita brasileira. Carlos e Eduardo, que costumam evitar entrar em debates prolongados com críticos, optaram por responder às acusações de Gentili de maneira direta, mas sem adotar o mesmo tom agressivo. A postura mais contida foi interpretada por alguns como uma tentativa de manter a dignidade diante de ataques considerados desproporcionais.
A polêmica envolvendo Gentili e os Bolsonaro lança luz sobre as mudanças no cenário político brasileiro, onde figuras públicas cada vez mais utilizam as redes sociais como ferramentas para articulações e disputas. O episódio também evidencia o impacto do discurso polarizado e a dificuldade de estabelecer diálogos construtivos em um ambiente marcado por ofensas e hostilidades.
Enquanto isso, Gentili segue sendo uma figura controversa, dividindo opiniões e alimentando debates acalorados. Resta saber se suas atitudes e declarações serão suficientes para alavancar uma possível candidatura ou se o excesso de polêmicas acabará comprometendo suas pretensões políticas. De qualquer forma, sua postura provocativa promete continuar gerando repercussão no cenário público e nas redes sociais nos próximos meses.
