A declaração de Bolsonaro gerou repercussão. Ele afirmou que, caso seja preso, não tem dúvidas de que sua vida estará em risco e que seria envenenado. A entrevista, que teve a presença do ex-presidente para discutir sua experiência política e os acontecimentos que marcaram seu período de governo, também serviu para Bolsonaro reforçar suas críticas ao que considera ser um sistema que o persegue desde as eleições de 2022. Segundo ele, a perseguição política e judicial a que tem sido submetido é uma forma de vingança, com o intuito de silenciá-lo e destruir sua imagem pública.
Bolsonaro ainda fez referência ao clima de adversidade que caracteriza sua relação com o establishment político, mencionando como a imprensa e setores da esquerda têm trabalhado contra ele. Ele acredita que há uma conspiração em curso, algo que já teria sido documentado em diversos livros e publicações que visam esclarecer os fatos de sua administração e os eventos das eleições de 2022. Um desses livros, chamado "O Fantasma do Alvorada - A Volta à Cena do Crime", foi mencionado pelo ex-presidente como uma obra que relata a suposta trama que teria levado à sua queda política e ao retorno de Luiz Inácio Lula da Silva ao poder.
Durante a entrevista, Bolsonaro também se posicionou de forma crítica em relação aos processos judiciais que está enfrentando, afirmando que os mesmos seriam parte de um movimento coordenado para desestabilizar sua imagem e comprometer sua liberdade. Para ele, a atual situação é reflexo de uma vingança de forças políticas que não aceitaram sua eleição e seu governo. Essa narrativa, segundo o ex-presidente, busca ocultar o que realmente aconteceu nas eleições e na política brasileira.
Ao longo de sua fala, Bolsonaro ainda fez menção aos desafios semelhantes enfrentados por Donald Trump, destacando a perseguição judicial que ambos, segundo ele, sofrem por posições políticas alinhadas à direita. Para o ex-presidente brasileiro, a comparação com Trump se dá principalmente pela forma como ambos têm sido tratados por suas respectivas justiças e pelo sistema político de seus países.
A declaração de Bolsonaro também reacendeu o debate sobre a liberdade de expressão no Brasil, com muitos de seus apoiadores acreditando que o ex-presidente está sendo alvo de uma perseguição política. Para eles, a ameaça de prisão e os processos judiciais não passam de uma estratégia para calar uma voz dissidente, que representa uma resistência contra o atual governo. No entanto, seus críticos veem as afirmações do ex-presidente como um reflexo de sua incapacidade de lidar com as consequências de sua gestão e com as acusações que enfrenta.
Esses eventos ocorrem em um momento tenso para o ex-presidente, que tem se mostrado cada vez mais isolado politicamente, mas também com uma base de apoio que continua fiel. A expectativa agora é se o STF acatará ou não a denúncia contra Bolsonaro, que poderá, em caso de condenação, enfrentar penas graves. Além disso, o caso tem chamado a atenção do público para questões envolvendo a judicialização da política e os limites do poder judiciário no Brasil.
Em meio a esse cenário, a entrevista de Bolsonaro no podcast Flow e suas declarações sobre o risco de ser envenenado geraram uma onda de reações nas redes sociais e entre especialistas. Para muitos, o ex-presidente estaria tentando criar uma narrativa de vítima, enquanto outros veem suas falas como uma tentativa de se posicionar como um mártir diante das pressões políticas e judiciais que está enfrentando.
O que está claro é que Bolsonaro segue sendo uma figura polarizadora no cenário político brasileiro. Sua trajetória, marcada por polêmicas, processos judiciais e uma base de apoio fiel, continua a dividir a opinião pública, enquanto a justiça e o sistema político tentam lidar com as questões legais que envolvem sua gestão e o pós-governo. O futuro de Bolsonaro segue incerto, com o STF prestes a decidir o destino de suas acusações, e o país acompanhando de perto os desdobramentos desse processo político que promete ainda render muitos capítulos.