Malafaia foi incisivo ao afirmar que, sem esse apoio, Moraes não teria a liberdade para tomar as atitudes que tem tomado. Em suas palavras, “tem gente poderosa no STF que banca ele”, sugerindo que o comportamento do ministro não poderia ser mantido sem a cobertura de outros integrantes da Corte. Ele também apontou o que considera a omissão de outros ministros em relação à postura de Moraes, o que, segundo ele, é um reflexo de uma falta de coragem ou de interesse em confrontar a situação.
Ao falar sobre o Senado, Malafaia criticou o que chamou de omissão e falta de coragem dos senadores diante das ações de Moraes. Para o pastor, muitos parlamentares estão mais preocupados com interesses pessoais e políticos do que em exercer seus deveres constitucionais. Ele classificou parte do Senado como sendo composta por "frouxos e vendilhões", insinuando que os senadores não tomam as medidas necessárias para conter o que considera um abuso de poder por parte de Moraes. Segundo Malafaia, os senadores deveriam agir de forma mais contundente e abrir processos de impeachment contra o ministro, mas, ao invés disso, preferem se alinhar ao governo em busca de benefícios próprios.
Malafaia também fez uma comparação com o passado, lembrando dos tempos em que os debates dentro do STF eram mais acalorados e intensos. Ele citou embates entre ministros como Ricardo Lewandowski e Joaquim Barbosa, que protagonizavam discussões acirradas e até confrontos públicos no plenário. Para o pastor, essa ausência de divergências dentro da Suprema Corte atualmente é algo “terrivelmente estranho”, sugerindo que a unanimidade no comportamento dos ministros é sintoma de uma falta de independência e de liberdade nas decisões judiciais.
Em outro momento da entrevista, o pastor também comentou sobre o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, que, segundo ele, já teria chegado ao fim. Malafaia fez questão de afirmar que o governo atual “já acabou”, utilizando uma metáfora de que o último a sair deve fechar a porta. Ele reforçou seu ponto de vista dizendo que, diante dos atuais acontecimentos políticos e das crises enfrentadas pelo governo, não há mais perspectiva de recuperação para a gestão de Lula.
Além disso, Malafaia criticou duramente a relação do Senado com o governo e o STF, vendo no atual cenário uma falta de ação concreta e de coragem para enfrentar os desafios institucionais. Ele foi enfático ao declarar que parte dos senadores tem "rabo preso" com o governo e com interesses particulares, o que dificultaria qualquer tipo de reação firme contra Moraes ou mesmo o próprio governo federal.
A entrevista também abordou questões relacionadas ao papel da Igreja e à política nacional. Malafaia, que é um líder religioso influente, não poupou críticas aos rumos tomados pelo Brasil nos últimos anos, especialmente no que tange à relação entre poder político e instituições religiosas. Para ele, a ausência de uma postura firme tanto no Senado quanto no STF reflete uma falta de compromisso com os valores democráticos e republicanos, elementos essenciais para a manutenção da estabilidade política e social.
A entrevista gerou repercussão, com vários políticos e comentaristas reagindo às declarações do pastor. A crítica ao STF e à omissão do Senado, especialmente em relação a Moraes, alimentou debates sobre o papel da Corte e o equilíbrio de poder no Brasil. As declarações de Malafaia também colocam em questão a independência dos ministros do STF e o modo como os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário interagem no atual contexto político brasileiro.
Embora Malafaia tenha se mostrado frustrado com a situação política e institucional do país, ele também se disse preocupado com o futuro do Brasil, especialmente no que diz respeito à preservação da democracia e ao fortalecimento das instituições. Para o pastor, é essencial que haja uma postura mais assertiva tanto dos senadores quanto dos ministros do STF para que o país não caia em um cenário de crise institucional ainda mais grave.
Com o cenário político nacional em constante evolução, a entrevista de Malafaia oferece uma visão crítica e preocupada sobre o momento atual, destacando a falta de coragem política e a dependência de certos grupos de poder dentro das instituições brasileiras.