Em seu discurso, o senador relatou uma experiência pessoal ao visitar presídios, onde conheceu os presos acusados de participação nos tumultos de janeiro. Ele destacou um momento tocante, ao contar que, quando entrou na prisão, os detentos perguntaram sobre a saúde de Bolsonaro e de sua esposa, Michelle, e se ele sabia como eles estavam. Malta falou sobre um momento de solidariedade em que, em uma das unidades prisionais, os presos começaram a fabricar violões, e quando o primeiro ficou pronto, ele cantou a música "Porque Ele Vive" com um dos detentos, Cleriston Pereira da Cunha, o Clezão, que faleceu enquanto ainda estava detido.
Ao longo de sua fala, Malta não apenas falou sobre os presos, mas também aproveitou para fazer uma crítica direta ao STF. Ele afirmou que, enquanto o Brasil passa por uma crise política e jurídica, o Supremo tem atuado de forma autoritária e parcial, o que, segundo ele, configura um regime sem legitimidade. O senador acusou o atual sistema de justiça de ser "ditatorial", "brutal" e até "comunista", referindo-se ao tratamento dado ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que, para Malta, jamais esteve inelegível, nem foi julgado de maneira justa.
Malta também defendeu a ideia de que Bolsonaro continua elegível e que a perseguição política contra ele é uma tentativa de deslegitimar sua figura como líder conservador. "O presidente Jair Bolsonaro nunca esteve inelegível. Ele não foi julgado por nenhum tribunal. Estão tentando julgá-lo, e quem está tentando julgá-lo é um regime ditatorial", afirmou o senador, finalizando com um tom otimista ao garantir que a liberdade será restabelecida para os que estão sendo perseguidos.
A manifestação em Copacabana, que teve grande adesão de apoiadores de Bolsonaro, foi marcada por um forte simbolismo, com a imagem do bastão de oração sendo transmitida para os presentes. Esse ato foi interpretado por muitos como uma forma de reafirmar a união entre os apoiadores e as famílias dos presos políticos, além de reforçar o apoio à causa da anistia, que tem ganhado força entre os conservadores.
O evento também foi uma oportunidade para criticar a atuação de outros membros do Judiciário, como ministros do STF, que, segundo Malta, estariam comprometidos com um sistema de justiça que não respeita a Constituição e atua de forma ideológica. Para os manifestantes presentes, o movimento pela anistia é visto não apenas como uma reivindicação pela liberdade dos presos, mas como um símbolo de resistência contra um sistema judicial que consideram ser injusto e parcial.
A fala de Magno Malta, ao lado de outros líderes como o ex-presidente Bolsonaro, foi acompanhada de aplausos e gritos de apoio por parte dos presentes, que se sentiram representados na luta contra o que chamam de perseguição política. A manifestação "Anistia Já" se tornou um marco para aqueles que defendem a revisão dos processos legais envolvendo os detentos de janeiro de 2023, além de evidenciar o fortalecimento do movimento conservador no Brasil, que continua a questionar a imparcialidade das instituições democráticas.
Com o apoio crescente de parlamentares e lideranças, o movimento pela anistia dos presos políticos continua a ganhar força. A manifestação, realizada em um dos pontos mais emblemáticos do Rio de Janeiro, reflete as divisões profundas que marcam a política nacional e destaca a importância do papel do Judiciário, do Legislativo e do Executivo na definição do futuro político e judicial do país. Enquanto os manifestantes clamam por uma revisão dos processos e pela anistia, o Brasil segue dividido sobre o rumo das ações judiciais e políticas envolvendo os eventos de 8 de janeiro.