SEM RUMO: Apenas em 2025, o governo Lula já recuou ao menos 9 vezes de decisões

LIGA DAS NOTÍCIAS

Em 2025, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem sido marcado por uma série de recuos em decisões políticas e administrativas. Até o mês de março, foram pelo menos nove reversões, com destaque para ações que envolvem desde a comunicação do governo até questões fiscais e econômicas. Essa sequência de mudanças no rumo das políticas públicas tem gerado discussões sobre a consistência da gestão e a pressão sobre o governo para evitar desgastes mais profundos diante da população.


A primeira grande mudança ocorreu logo no início do ano, em 15 de janeiro, quando Sidônio Palmeira assumiu a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República. A orientação era aumentar a visibilidade do governo e fazer com que tanto o presidente quanto seus ministros se pronunciassem mais frequentemente, com o objetivo de aproximar as medidas do governo da população. No entanto, o aumento no número de declarações e entrevistas do presidente acabou gerando controvérsias, e em menos de dois meses, Lula fez mais de 20 afirmações polêmicas. Esse excesso de falas e o impacto de algumas delas fizeram com que a estratégia fosse revista, embora o governo ainda buscasse uma forma de se comunicar de maneira eficaz.


A pressão também se fez presente no campo das decisões econômicas. Em 8 de outubro de 2024, Lula sancionou a lei do "Combustível do Futuro", que estabelecia um aumento na mistura de biodiesel no diesel. No entanto, com a aproximação da data de implementação dessa medida, em 2025, o governo recuou. A decisão foi tomada diante da preocupação com o impacto no preço dos alimentos, especialmente em um contexto já marcado por inflação alta. Esse tipo de reversão tem sido uma constante nas ações do governo, que tenta evitar medidas impopulares que possam prejudicar sua avaliação.


Um dos maiores recuos ocorreu no caso do que ficou conhecido como "Pixgate". O governo havia anunciado uma nova regra que aumentaria a fiscalização sobre o uso do Pix, especialmente sobre quem movimentasse mais de R$ 5.000 por mês. A medida gerou um grande clamor nas redes sociais, com acusações de que o governo estaria criando uma nova taxa sobre a operação financeira. A pressão sobre o governo foi tamanha que, após alguns dias de debates e manifestações, o Planalto recuou e revogou a norma. Esse episódio demonstrou como a reação da sociedade e a mobilização das redes sociais podem influenciar diretamente as decisões do governo.


Além disso, questões relacionadas aos preços dos alimentos também geraram ajustes nas políticas governamentais. Em janeiro de 2025, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou que não haveria custo fiscal para a redução do preço dos alimentos. No entanto, em março, o governo anunciou que as alíquotas de importação de nove produtos alimentícios seriam zeradas, uma medida que tem impacto fiscal, embora de baixo custo, segundo a Fazenda. Essa alteração reflete a dificuldade do governo em lidar com um tema tão sensível, especialmente diante da alta no custo de vida e da necessidade de controlar a inflação.


Outro recuo importante envolveu a proposta de um carimbo obrigatório nos ovos com a data de validade, uma medida que foi anunciada pelo governo, mas que foi retirada do planejamento após apenas dez dias, diante das críticas recebidas. A decisão foi vista como uma tentativa de lidar com questões sanitárias e de transparência, mas acabou sendo revogada devido à pressão dos setores afetados e ao desconforto gerado.


Esses recuos e ajustes nas políticas do governo demonstram uma gestão que busca se adaptar rapidamente às reações da sociedade e aos desafios econômicos do momento. Após o episódio do Pixgate, o presidente Lula foi claro ao afirmar que, a partir de então, nenhuma medida tomada pelos ministros poderia ser implementada sem antes passar pelo crivo da Presidência e da Casa Civil. No entanto, a realidade tem se mostrado diferente. O próprio ministro da Casa Civil, Rui Costa, fez declarações que sugeriam a intervenção nos preços dos alimentos, algo que precisou ser corrigido rapidamente pelo Planalto, mostrando que, mesmo com novas orientações, o governo continua lidando com uma série de contradições internas e externas.


Esses episódios revelam que o governo Lula, embora busque seguir uma agenda de políticas públicas, enfrenta dificuldades em consolidar um rumo estável. O impacto dessas reviravoltas vai além das questões econômicas e afeta também a imagem do governo, que precisa se preocupar não apenas com as decisões políticas, mas também com sua comunicação e a percepção pública. A constante revisão de decisões parece ser uma tentativa de minimizar danos, mas ao mesmo tempo, alimenta a percepção de que o governo está, muitas vezes, navegando sem um rumo definido. As repercussões dessa postura política ainda devem continuar a ser um tema importante no cenário político brasileiro nos próximos meses.

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