Presidente do PT visa reverter baixa popularidade de Lula

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Na última sexta-feira (7), o senador Humberto Costa assumiu a presidência interina do PT, sucedendo Gleisi Hoffmann, que se prepara para tomar posse como ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais do governo federal na próxima segunda-feira (10). A escolha de Humberto para o cargo foi formalizada durante uma reunião da Executiva Nacional do partido, e sua indicação visou não apenas garantir a continuidade do trabalho, mas também reagir à crise de popularidade enfrentada pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva, que atravessa seu pior momento desde o início de seu terceiro mandato.


Ao ser aclamado pelos membros do PT, Humberto Costa destacou que o principal desafio do partido será reverter a queda de popularidade de Lula, com vistas às eleições de 2026. O senador frisou a importância de trabalhar para fortalecer a unidade interna do PT, promovendo um processo eleitoral direto e democrático entre os filiados, que ocorrerá em julho deste ano. Segundo Humberto, este será um passo importante para renovar a direção do partido, preparando-o para o pleito presidencial de daqui a três anos.


Gleisi Hoffmann, que comanda o PT desde 2017, se despediu emocionada da presidência do partido, expressando, com voz embargada, que, embora estivesse deixando a liderança, o PT permaneceria em seu coração. Ela também agradeceu o apoio dos aliados e enfatizou o papel fundamental que as legendas da base governista desempenham no Congresso Nacional, especialmente em tempos de polarização política. Durante sua gestão, Gleisi não poupou críticas ao Centrão, criticando o que considerava uma influência desmesurada do bloco sobre as decisões do governo federal.


A transição do cargo de presidente do PT foi marcada por um ambiente tenso, devido a uma série de divergências internas sobre o futuro do partido. A crise dentro da legenda é evidente, com diferentes correntes ideológicas disputando o rumo a ser seguido. Há os que defendem um movimento mais radical à esquerda, e outros que acreditam ser necessário um maior diálogo com todos os setores da sociedade, buscando diminuir a polarização no país e aproximar o PT de outras forças políticas.


Neste cenário de divisões internas, o ex-prefeito de Araraquara, Edinho Silva, aparece como o candidato preferido por Luiz Inácio Lula da Silva para assumir a presidência do PT após as eleições internas de julho. Contudo, sua candidatura enfrenta resistência dentro de seu próprio campo político, principalmente devido à sua postura mais conciliatória e ao seu apelo por um diálogo mais amplo, o que contrasta com a postura mais combativa de outros membros do partido. De acordo com fontes próximas, uma ala do PT gostaria que Humberto Costa se colocasse como candidato à presidência do partido, desafiando Edinho, mas até o momento o senador não demonstrou interesse em entrar nesta disputa.


A crise de popularidade do governo Lula também é vista como um reflexo das dificuldades do PT em manter a coesão interna. O partido vive uma fase delicada, com vários segmentos que não se entendem sobre a melhor estratégia a ser adotada, tanto no âmbito político quanto nas questões governamentais. Humberto Costa, por sua vez, afirmou que sua missão é cumprir um mandato tampão, garantindo que o processo de eleição interna seja conduzido de maneira democrática, e buscando fortalecer o partido para a disputa presidencial de 2026.


No entanto, a escolha de Humberto Costa para assumir o cargo interino não foi unânime dentro da Executiva Nacional. A corrente Articulação de Esquerda, representada por Natália Sena, manifestou desacordo com o método de escolha do novo presidente do PT. Em uma ata, a dirigente criticou o processo, argumentando que a prerrogativa de decidir sobre a sucessão de Gleisi deveria ser exclusiva do Diretório Nacional, uma vez que o PT possui cinco vice-presidentes e não há hierarquia definida entre eles.


A indicação de Humberto Costa para a presidência interina foi formalizada na noite de quinta-feira (5), em uma reunião da corrente Construindo um Novo Brasil (CNB), que é a tendência majoritária do partido. A CNB, que reúne figuras como Gleisi Hoffmann, Lula, Humberto Costa e Edinho Silva, também representa a maior parte dos ministros do PT no governo, como Fernando Haddad, da Fazenda. Entre os nomes cogitados para suceder Gleisi, o líder do governo na Câmara, José Guimarães, chegou a ser mencionado, mas, ao que tudo indica, continuará no cargo de líder, sem disputar a presidência do PT.


Com a transição de liderança do PT, o partido enfrenta um momento de incertezas, não apenas em relação ao futuro de sua direção, mas também no que diz respeito à estratégia política a ser adotada para os próximos anos. A disputa interna reflete as tensões do partido em um contexto de um governo que atravessa dificuldades políticas e uma base aliada em constante negociação. A decisão que será tomada em julho, quando o PT realizará eleições internas para a renovação de sua liderança, poderá definir os rumos do partido e sua atuação nas próximas eleições presidencial.

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