Lula: A gente não vai permitir a república de ladrão de celular nesse país

LIGA DAS NOTÍCIAS


Durante a cerimônia de inauguração do Hospital Universitário do Ceará, realizada no dia 19 de março de 2025, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um forte pronunciamento sobre a segurança pública no Brasil, destacando a necessidade de uma resposta mais eficaz do Estado diante da crescente violência. O presidente afirmou que seu governo não permitirá que o país se transforme em uma "república de ladrão de celular", uma referência ao crescente número de assaltos e crimes que têm aterrorizado a população, especialmente nas grandes cidades.


Lula, visivelmente indignado, enfatizou que não tolerará a impunidade e a falta de ação contra os criminosos. Ele destacou que o objetivo é garantir que o Estado seja mais forte do que os bandidos, e que a presença deles nas ruas não será mais tolerada. O presidente afirmou ainda que o lugar dos criminosos não é nas ruas, aterrorizando a população, mas sim nas prisões, onde deverão pagar pelos crimes que cometem. A fala foi uma clara defesa de uma abordagem mais rigorosa no combate à criminalidade e à violência urbana, algo que, segundo ele, é necessário para a construção de um país mais seguro para todos.


Esse pronunciamento foi um dos momentos centrais de sua fala, na qual Lula também se referiu à situação deixada pelo governo anterior. Segundo o presidente, o Brasil foi "abandonado" durante o período em que Jair Bolsonaro esteve à frente do país, sendo governado por uma gestão que, em sua visão, só sabia "mentir". Lula criticou a política de segurança pública de seu antecessor, que, segundo ele, acreditava que a solução para os problemas de segurança era simplesmente armar a população. "Ao invés de arma, nós temos que ter livro. Ao invés de delegacia, nós temos que ter escola", declarou, reforçando sua posição de que a educação e a prevenção são essenciais para combater a criminalidade de maneira eficaz.


Além disso, Lula aproveitou a oportunidade para explicar a proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública, que seu governo pretende apresentar. De acordo com o presidente, essa PEC tem como objetivo fortalecer o Estado e garantir que ele seja mais eficiente no enfrentamento da criminalidade. A proposta busca reforçar a estrutura das forças de segurança e garantir uma resposta mais rápida e efetiva contra a violência. A ideia é criar um sistema em que as ações do Estado sejam mais eficazes do que as ações dos criminosos, proporcionando maior segurança para a população.


Enquanto isso, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, também se pronunciou sobre o tema durante um evento que discutiu os impactos da PEC da Segurança. Lewandowski criticou a forma como as prisões são realizadas no país, afirmando que a polícia frequentemente prende de maneira equivocada, sem provas suficientes, o que acaba gerando a liberação dos suspeitos pelo Judiciário. "A polícia prende mal e o Judiciário é obrigado a soltar", afirmou o ministro, explicando que, para evitar esse problema, é necessário que as prisões sejam baseadas em dados concretos e provas claras, o que permitiria ao Judiciário tomar decisões mais justas.


Lewandowski ressaltou ainda que a polícia precisa melhorar seus métodos de investigação e de coleta de provas, para que os criminosos sejam efetivamente punidos. "Nós precisamos aperfeiçoar o sistema, porque nenhum juiz vai soltar um criminoso sem uma razão justa. O problema está na qualidade das prisões realizadas pela polícia", destacou. A crítica do ministro se alinha com a proposta de Lula de fortalecer o aparato estatal para garantir uma justiça mais eficaz, onde o trabalho da polícia e do Judiciário sejam complementares e mais coordenados.


A PEC da Segurança Pública, que deve ser apresentada em breve, é uma das principais bandeiras do governo Lula para enfrentar os desafios da segurança no país. A proposta visa garantir mais investimentos em tecnologia, treinamento e infraestrutura para as forças de segurança, além de promover uma reforma no sistema de justiça criminal para garantir que as leis sejam mais rigorosas com os criminosos e mais justas para a população.


Esse conjunto de medidas reflete a visão do presidente de que a segurança pública não pode ser tratada apenas como uma questão de repressão, mas também de prevenção e educação. Lula acredita que a construção de um país mais seguro passa pela promoção de políticas sociais, como o acesso à educação e à saúde, áreas que o governo tem se dedicado a melhorar. Em suas palavras, a educação é a chave para a transformação social e para a redução da violência no Brasil.


Com a PEC da Segurança, o governo Lula busca criar uma resposta mais robusta e integrada ao problema da violência no país, tentando equilibrar as necessidades de segurança com a promoção de uma sociedade mais justa e igualitária. O presidente parece determinado a enfrentar a violência com ações concretas, mas também a buscar soluções mais amplas, que envolvem a educação e a justiça social, como parte de sua visão para o Brasil.

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