Flávio Bolsonaro se manifestou em seu perfil na plataforma X, apontando que o STM estava sendo politicamente manipulado por Lula. O senador acusou a presidente da Corte de agir como uma "militante" ao sugerir que Jair Bolsonaro fosse julgado como um militar, caso fosse identificado um crime militar em suas ações. Flávio também criticou a indicação de Verônica Abdalla Sterman para uma cadeira no STM, lembrando que ela foi advogada da ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, e dizendo que trabalharia para barrar sua aprovação no Senado. Para o senador, essas nomeações e declarações demonstram um movimento orquestrado pelo governo federal para influenciar as decisões judiciais e perseguir politicamente a figura do ex-presidente.
As declarações de Maria Elizabeth Rocha foram feitas após sua posse no STM, no dia 12 de março. A ministra afirmou que, caso Bolsonaro tenha cometido um crime militar, ele poderia ser julgado como militar da reserva, o que poderia resultar até mesmo na perda de sua patente. No entanto, ela deixou claro que a identificação de possíveis crimes militares é responsabilidade do Ministério Público Militar, e que não cabe à presidência do STM fazer esse tipo de acusação. Essa posição, considerada por muitos como uma especulação prematura, acabou gerando uma série de reações políticas.
A crítica de Flávio Bolsonaro sobre o suposto aparelhamento do STM ocorre em um contexto de crescente polarização política no Brasil, onde o governo Lula enfrenta forte oposição, especialmente de figuras ligadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro. A oposição tem acusado o governo de utilizar sua influência para moldar as instituições do país de acordo com seus interesses, uma alegação que tem sido constantemente rebatida por aliados do presidente, que sustentam que as nomeações e movimentações judiciais são parte do processo democrático de renovação das Cortes.
No centro dessa disputa, está a figura de Jair Bolsonaro, que continua sendo alvo de investigações e processos relacionados aos eventos ocorridos durante seu governo, especialmente após a eleição de 2022, quando o país viveu momentos de grande tensão política. A possibilidade de o ex-presidente ser julgado pela Justiça Militar surgiu em um momento de acirramento dessas disputas, com a oposição tentando deslegitimar sua imagem enquanto o governo busca consolidar sua base de poder nas instituições.
A indicação de Verônica Abdalla Sterman para o STM, feita pelo presidente Lula no último sábado (8), também é vista como um movimento estratégico dentro desse cenário. A nomeação de Sterman para o tribunal militar, somada à crítica de Flávio Bolsonaro sobre sua ligação com Gleisi Hoffmann, alimenta ainda mais a percepção de que o governo estaria buscando formas de fortalecer seu controle sobre o sistema judiciário. A sabatina de Sterman no Senado, que será realizada nos próximos dias, deve ser um momento crucial para definir se ela conseguirá assumir a vaga no STM.
Enquanto isso, o presidente Lula segue defendendo a sua gestão e as nomeações feitas para as diferentes esferas do governo. O mandatário tem enfatizado a importância de governar com foco nas necessidades da população e reiterado a ideia de que seu governo é resultado de uma escolha democrática. Contudo, as tensões no cenário político continuam a crescer, com a oposição cada vez mais acusando Lula de usar seu poder para manipular as instituições, enquanto o governo, por sua vez, critica a postura de setores da oposição que consideram obstruir o andamento normal da democracia.
Essa disputa política entre governo e oposição parece longe de ser resolvida, e a possibilidade de um julgamento de Jair Bolsonaro pela Justiça Militar torna-se mais um capítulo dessa guerra de narrativas que continua a dominar a política brasileira. A forma como o processo se desenrolará e se as acusações feitas por Flávio Bolsonaro sobre o aparelhamento do STM encontrarão eco no Congresso e na sociedade é algo que será acompanhado de perto nas próximas semanas. O clima de polarização permanece intenso, e os próximos acontecimentos no cenário político e judicial terão grande impacto no rumo do governo e na imagem dos envolvidos.