Deputados pedem esclarecimentos ao TSE sobre o descarte de quase 200 mil urnas eletrônicas

LIGA DAS NOTÍCIAS

A decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de realizar o descarte de cerca de 195 mil urnas eletrônicas tem gerado questionamentos por parte da minoria da Câmara dos Deputados. As urnas, do modelo UE 2009, estão no fim de sua vida útil, sendo substituídas por novos equipamentos. A operação, que envolveu a retirada de mais de 1,8 mil toneladas de materiais, foi iniciada em agosto de 2023 e concluída em outubro de 2024. Os deputados da oposição, liderados pela deputada Carol De Toni (PL-SC), pedem esclarecimentos detalhados sobre o processo.


A deputada Carol De Toni encaminhou, no dia 10 de março, um requerimento de informação à presidente do TSE, ministra Cármen Lúcia, solicitando explicações sobre os critérios adotados para o descarte das urnas eletrônicas. O requerimento foi assinado também pelos vice-líderes da minoria, deputados Carlos Jordy (PL-RJ), Chris Tonietto (PL-RJ) e André Fernandes (PL-CE). Os parlamentares exigem informações sobre o motivo do descarte, especialmente se foi respeitado o prazo de 10 anos ou seis eleições de uso estipulado para os equipamentos. Além disso, questionam sobre a realização de auditorias ou avaliações de desempenho das urnas descartadas, a existência de problemas operacionais ou de segurança e o processo de reciclagem dos materiais.


A deputada Carol De Toni destacou que os esclarecimentos são fundamentais para garantir que o público compreenda os critérios e as diretrizes utilizadas pelo TSE na modernização do sistema eleitoral. A parlamentar enfatizou a importância da transparência, dizendo que a população precisa saber o percentual de urnas descartadas em relação ao total de equipamentos no país e quais eleições e localidades foram atendidas por esses dispositivos. Segundo ela, a confiança nas instituições democráticas depende do esclarecimento sobre o processo e a segurança envolvida.


O TSE iniciou a operação de descarte das urnas eletrônicas modelo UE 2009 com base no fato de que os equipamentos haviam atingido o fim de sua vida útil. O prazo de validade das urnas é estimado em cerca de 10 anos ou seis eleições, e o Tribunal afirma que seguiu esses parâmetros para determinar quais urnas deveriam ser retiradas de circulação. A operação, que faz parte do Plano de Logística Sustentável (PLS), começou pela região Norte e se estendeu até a região Sudeste, com a conclusão em outubro de 2024. Até o momento, 52% do material já foi processado, com os componentes sendo desmontados, separados e triturados para garantir sua descaracterização.


O processo de descarte e reaproveitamento dos materiais segue uma abordagem ambientalmente responsável. O TSE informou que aproximadamente 98% dos materiais retirados das urnas serão reciclados e reaproveitados, enquanto o restante será encaminhado para aterros sanitários certificados, de acordo com as normas ambientais. A empresa NGB Recuperação e Comércio de Metais, localizada em Guarulhos (SP), é a responsável pelo armazenamento, desmontagem, descaracterização e destinação correta dos materiais. A empresa tem até junho de 2025 para concluir o processo de destinação ambientalmente correta das urnas e seus componentes.


O questionamento dos deputados sobre a operação de descarte das urnas surge em um momento em que o TSE está empenhado em manter a confiança pública no processo eleitoral. A transparência e a segurança do sistema eleitoral brasileiro são temas recorrentes no debate político, especialmente após o aumento da polarização e das discussões sobre a integridade das eleições nos últimos anos. A transparência quanto aos critérios adotados para o descarte das urnas, bem como os processos de reciclagem e reaproveitamento dos componentes, são vistos como essenciais para garantir a credibilidade do sistema eleitoral.


Além das questões relacionadas ao descarte, os parlamentares também pediram explicações sobre as atualizações e modernizações realizadas nas novas urnas que substituirão as antigas. O TSE já iniciou a distribuição das novas urnas para as próximas eleições, e os deputados querem entender as melhorias tecnológicas implementadas nesses novos equipamentos e como essas atualizações impactarão a segurança e a eficiência do processo eleitoral.


O requerimento enviado ao TSE é uma tentativa de garantir que o Tribunal esteja cumprindo com a sua responsabilidade de fornecer informações claras e detalhadas à população, especialmente no que diz respeito à segurança do processo eleitoral. A transparência sobre os critérios e as práticas adotadas pelo TSE tem um papel crucial no fortalecimento da confiança pública nas instituições democráticas e no processo eleitoral como um todo.


Com a continuidade do processo de descarte das urnas e a entrada em operação das novas, a expectativa é de que o TSE forneça as informações solicitadas pelos deputados, ajudando a esclarecer eventuais dúvidas e a garantir que o sistema eleitoral brasileiro continue a ser reconhecido por sua segurança, eficiência e compromisso com a transparência.

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