Em um detalhamento das ações ilegais, Lewandowski revelou que as investigações apontam que o crime organizado já controla, em diversas partes do Brasil, um expressivo número de postos de combustíveis, refinarias e usinas de etanol. O número estimado é de aproximadamente 1.100 unidades dominadas por organizações criminosas. Com isso, o ministro acredita que o aprofundamento das investigações pela Polícia Federal poderá trazer mais clareza sobre a dimensão dessas atividades e permitir a unificação das informações necessárias para o combate a esses crimes.
A decisão de intensificar as investigações foi tomada após a primeira reunião de um novo núcleo criado pelo Ministério da Justiça, que tem como principal objetivo monitorar e combater as ações do crime organizado em diferentes setores da economia brasileira. O encontro, realizado no Palácio da Justiça, em Brasília, contou com a presença de representantes de órgãos como a Polícia Federal, a Receita Federal e o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). Durante o evento, foi discutido o foco inicial das investigações, que será o setor de combustíveis, dada a preocupação das autoridades com o impacto que essas práticas ilegais causam à economia nacional.
Lewandowski também explicou que o novo núcleo, formado com a intenção de atuar de maneira mais coordenada e integrada, realizará encontros mensais para discutir as atividades do crime organizado em diferentes setores. Para ele, a migração de organizações criminosas para áreas consideradas “legais” é uma tendência preocupante que precisa ser combatida com urgência. Ele citou, como exemplo, a atuação do crime organizado não apenas no mercado de combustíveis, mas também em outros setores, como o de cigarro e a construção civil. De acordo com o ministro, um fenômeno mais recente foi a tentativa de infiltração de membros do crime organizado nas últimas eleições, quando alguns candidatos a cargos de prefeito e vereador estavam ligados a esses grupos criminosos.
A ação do Ministério da Justiça, conforme Lewandowski, é uma resposta a esse fenômeno crescente, e o governo está atento a todas as formas de infiltração do crime nas estruturas do poder público e em setores empresariais legítimos. O ministro ressaltou que, além da questão do controle sobre as atividades de distribuição de combustíveis, a atuação do crime organizado também se reflete na adulteração de produtos, uma prática que coloca em risco a saúde pública e aumenta os custos econômicos para consumidores e empresas. Por isso, as autoridades federais consideram que o enfrentamento desse tipo de crime é fundamental para a manutenção da ordem econômica e da integridade das políticas públicas.
Além disso, Lewandowski reforçou a necessidade de uma atuação mais rigorosa da Polícia Federal, que terá a responsabilidade de investigar e identificar as conexões entre organizações criminosas e os setores afetados. O ministro deixou claro que a integração entre os diferentes órgãos do governo será essencial para o sucesso das investigações e para a efetiva punição daqueles que estiverem envolvidos em práticas ilegais. A criação de um núcleo específico para o combate ao crime organizado será um marco para a atuação do governo federal, que, segundo ele, está comprometido em combater a corrupção e garantir a estabilidade econômica e política do Brasil.
As medidas anunciadas pelo ministro da Justiça, portanto, são vistas como uma resposta a um problema crescente, que afeta diversos aspectos da economia e da vida dos cidadãos. A atuação de cartéis e organizações criminosas no setor de combustíveis, além de ser uma ameaça à saúde pública, representa uma violação dos direitos dos consumidores e um obstáculo ao desenvolvimento do país. O governo federal espera que as ações de combate a esse tipo de crime possam contribuir para a restauração da ordem e o fortalecimento da economia nacional.