Nikolas fez uma comparação provocativa ao sugerir que Gonet deveria concorrer ao Oscar. Para ele, o roteiro apresentado pela PGR em relação a Bolsonaro é digno de premiação. “Temos dois brasileiros concorrendo ao Oscar, Fernanda Torres e agora Paulo Gonet, como melhor roteirista. Porque, para inventar uma história daquela ali, de fato, tem que ter muita criatividade”, disse o deputado, demonstrando ceticismo sobre as alegações de tentativa de golpe atribuídas ao ex-presidente e seus aliados.
Ele defendeu a ideia de que Bolsonaro está sendo vítima de uma perseguição política, promovida por setores do Judiciário, sem apresentar provas concretas que sustentem as acusações. Em sua visão, a denúncia não passa de uma invenção sem fundamento. Nikolas também comparou a acusação contra Bolsonaro com crimes cometidos por figuras notórias do Brasil, como Elize Matsunaga e Suzane von Richthofen, destacando que as penas para tais indivíduos seriam muito mais severas do que a situação do ex-presidente.
“Ele simplesmente está sendo denunciado por um suposto golpe”, afirmou Nikolas, criticando a seletividade no sistema judicial brasileiro, que, segundo ele, aplica penas mais brandas a alguns criminosos conhecidos, enquanto figuras políticas enfrentam um rigor desproporcional.
Além de abordar a denúncia contra Bolsonaro, o deputado também foi questionado sobre seu futuro político. Nikolas afirmou que estaria disposto a concorrer ao Senado, caso a PEC que reduz a idade mínima para o cargo seja aprovada. Segundo ele, essa seria uma oportunidade de atuar de forma mais eficaz em prol do Brasil. Contudo, o parlamentar não descartou a possibilidade de se candidatar ao governo de Minas Gerais, embora também tenha expressado respeito e honra pelo cargo de deputado federal.
Nikolas também mencionou que, se eleito para o Senado, votaria favoravelmente ao impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). “Não tenham nenhum tipo de receio de que eu, por exemplo, não vá votar a favor do impeachment do ministro Alexandre de Moraes. Você pode ter certeza que, se isso um dia acontecer, eu vou votar sim”, garantiu.
Outro tema abordado na entrevista foi a questão dos presos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023. O deputado comentou sobre a possibilidade de uma anistia para essas pessoas, destacando o caso de Vanessa Vieira, esposa de um dos condenados, que recentemente conversou com o presidente da Câmara, Hugo Motta, sobre a situação dos detidos. Nikolas criticou as penas aplicadas aos manifestantes e reforçou que há presos políticos no país.
“A justiça tem pressa. Tem pessoas que estão presas, foragidas e com condenações que nem traficante pega aqui nesse país. E a gente precisa fazer com que isso [anistia] ande na maior velocidade possível”, disse o deputado, defendendo a revogação das punições para os envolvidos nos protestos. Para ele, a situação dos presos é uma evidência da injustiça no sistema judiciário brasileiro.
A entrevista também abordou as eleições presidenciais de 2026 e o nome da primeira-dama, Janja, como possível candidata à presidência pela esquerda. Nikolas fez questão de ironizar essa hipótese, dizendo que a candidatura de Janja seria uma excelente ideia para os petistas, a quem ele chamou para lançá-la oficialmente à presidência. O deputado também se manifestou sobre a atual popularidade do presidente Lula, que, segundo ele, está em queda. Para Nikolas, se a eleição fosse hoje, Bolsonaro venceria, embora alertasse que isso não significaria o fim do Partido dos Trabalhadores (PT).
“As pesquisas já mostram que se a eleição fosse hoje, o Bolsonaro ganharia do Lula. Isso mostra que ele está derretendo, o que não significa que o PT está acabando. Não sejam ingênuos nesse sentido”, declarou o parlamentar.
Em um momento de alta tensão política no Brasil, Nikolas Ferreira se posiciona como um defensor ferrenho de Bolsonaro e dos aliados do ex-presidente, propondo uma série de medidas que envolvem críticas diretas ao Judiciário e ao governo atual. Seu discurso se mantém centrado na ideia de que o Brasil vive uma seletividade judicial, onde a perseguição política é uma realidade cada vez mais presente. Ao mesmo tempo, ele demonstra sua disposição para continuar em cena política, considerando novas possibilidades de candidatura, seja ao Senado ou até ao governo de Minas Gerais. A entrevista reforça sua imagem como uma figura combativa, pronta para desafiar os opositores e se posicionar contra o que considera injustiças no país.