O advogado Celso Vilardi, que integra a equipe de defesa de Bolsonaro, se reuniu recentemente com o presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, para discutir o andamento do caso. Durante o encontro, Barroso garantiu ao defensor que todos os pedidos feitos à Corte, incluindo os relacionados à denúncia da PGR, seriam devidamente analisados. A medida reflete a preocupação da defesa quanto à imparcialidade dos ministros indicados por Lula, que, segundo argumenta, poderiam não ser totalmente neutros ao julgar questões envolvendo o ex-presidente.
A denúncia apresentada pela PGR em 18 de fevereiro de 2025 acusa Bolsonaro e outros 33 indivíduos de envolvimento em uma tentativa de golpe contra o Estado Democrático de Direito. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, incluiu na acusação uma série de crimes graves, incluindo liderança de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado ao patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado. Segundo a defesa de Bolsonaro, ele nunca teve qualquer envolvimento com movimentos que visassem desestabilizar as instituições democráticas do país.
Agora, o caso será analisado pelo ministro Alexandre de Moraes, que tem a responsabilidade de decidir sobre o recebimento da denúncia. No entanto, há uma divisão interna no STF quanto ao procedimento a ser seguido. Alguns ministros defendem que o julgamento do caso deveria ser levado ao plenário, para ser analisado por todos os membros da Corte, e não apenas pela Primeira Turma. Um dos ministros, que preferiu não ser identificado, argumentou que, considerando a importância do caso e o fato de que outros processos relacionados ao chamado “golpe” foram analisados pelo plenário, seria mais adequado que todos os ministros do STF se pronunciassem sobre o recebimento da denúncia.
A questão ainda está sendo discutida internamente, mas a expectativa é que a decisão sobre como o caso será conduzido seja tomada em breve. Para a defesa de Bolsonaro, a imparcialidade dos ministros é um ponto crucial. No entanto, a avaliação do pedido de impedimento de Dino e Zanin será uma etapa importante, visto que o ex-presidente segue sendo um personagem central no cenário político, especialmente devido à sua acusação de envolvimento em tentativas de subverter o processo democrático.
Enquanto o julgamento da denúncia segue seu curso no STF, o ex-presidente continua a se defender publicamente, negando as acusações e reiterando que nunca teve qualquer envolvimento com ações que visassem à derrubada das instituições democráticas. A defesa também alega que os atos descritos na denúncia não correspondem à realidade dos fatos e que o processo visa apenas criar um ambiente de perseguição política contra Bolsonaro.
O desenrolar desse processo será acompanhado de perto, tanto pelos envolvidos diretamente quanto pela opinião pública, que continua dividida sobre as alegações e a condução dos processos relacionados a Bolsonaro. O STF tem sido um dos principais palcos de disputas políticas desde o fim do governo do ex-presidente, e os desdobramentos dessa denúncia podem ter repercussões significativas para o futuro político do Brasil.
Nos próximos dias, a defesa de Bolsonaro deve formalizar o pedido de impedimento de Dino e Zanin, o que certamente será mais um capítulo importante nessa história, que já envolve diversas controvérsias e desafios jurídicos. O ministro Alexandre de Moraes, por sua vez, terá um papel central, não apenas no julgamento da denúncia, mas também nas discussões sobre a melhor forma de conduzir o processo, levando em consideração a complexidade e a relevância dos temas envolvidos. O futuro político de Bolsonaro, bem como a imagem do STF, poderá ser impactado por essa decisão, e todos os olhos estarão voltados para o andamento do caso.