Em sua manifestação, a AGU destaca que a ação não apresenta elementos concretos que comprovem a existência de irregularidades, além de sugerir que a petição se baseia unicamente em reportagens jornalísticas e informações da mídia, que não têm valor legal para embasar uma ação judicial dessa natureza. O órgão também afirma que os servidores mencionados na ação estão lotados em setores da Presidência da República e desempenham funções institucionais, não havendo qualquer irregularidade em sua alocação. A AGU ainda defende que o tratamento dado à atual primeira-dama é semelhante ao de suas antecessoras, que também contavam com equipes para representá-las em eventos oficiais.
O posicionamento da AGU também questiona o caráter político da ação, sugerindo que o autor tem uma agenda eleitoral e que sua intenção é, na verdade, atacar a primeira-dama por razões ideológicas, uma vez que Kilter é um opositor declarado do governo atual. A manifestação da AGU menciona que o uso do sistema judiciário para questões que envolvem disputas políticas e ideológicas é inadequado, e que a ação visa mais à manipulação da mídia do que à defesa do interesse público. Nesse contexto, o órgão governamental criticou a credibilidade do vereador e insinuou que sua atuação não está alinhada com os reais problemas que afligem o país.
Por outro lado, Guilherme Kilter rebateu as críticas feitas pela AGU e reafirmou sua posição. Ele questionou o uso do dinheiro público para financiar viagens de luxo e equipes de apoio que, segundo ele, não têm caráter institucional, mas sim pessoal e político. Kilter destacou a contradição do governo ao acusar sua ação de ativismo judicial, lembrando que, em outras ocasiões, quando o Judiciário se posiciona contra o governo, o governo alega que se trata de ativismo, mas, quando o Judiciário age a seu favor, ele é aplaudido. O vereador criticou duramente a postura do governo em relação ao Judiciário e ressaltou que a ação visa garantir que os recursos públicos sejam usados de maneira responsável, respeitando as funções institucionais e não interesses pessoais ou políticos.
Kilter também chamou atenção para a situação econômica do Brasil, lembrando que, enquanto a primeira-dama faz viagens internacionais e gasta dinheiro público com assessores, a população enfrenta altas nos preços dos alimentos e uma inflação que pesa no orçamento das famílias brasileiras. Ele concluiu dizendo que a ação não tem como objetivo atacar a pessoa de Janja, mas sim proteger o dinheiro do contribuinte e assegurar que os gastos públicos sejam utilizados de maneira adequada.
A tramitação do processo segue em curso na 22ª Vara Federal Cível da Seção Judiciária do Distrito Federal, e aguarda uma decisão judicial sobre os pedidos feitos por Kilter, que inclui a paralisação dos gastos com a equipe de apoio à primeira-dama, além da devolução dos valores que já foram gastos. O desfecho dessa ação pode abrir um precedente importante sobre o uso de recursos públicos em funções relacionadas à primeira-dama e à criação de gabinetes informais que não possuem um respaldo claro na legislação. A sociedade continua acompanhando de perto o andamento do caso, especialmente em um momento de forte polarização política e de crescente escrutínio sobre as despesas públicas em tempos de crise econômica.