Trump fecha fronteira dos EUA com México para impedir entrada de imigrantes ilegais

Caio Tomahawk

Em uma medida polêmica e controversa, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira, 22 de janeiro de 2025, uma ordem executiva que fecha a fronteira sul do país, limitando o acesso entre os EUA e o México. A ação, que foi uma promessa de campanha, visa impedir a entrada de imigrantes ilegais, justificando a medida como uma forma de “proteger” o país de invasões e salvaguardar o povo norte-americano.

O documento assinado por Trump autoriza ações imediatas para “repelir, repatriar e remover” imigrantes ilegais que tentem cruzar a fronteira. Segundo a Casa Branca, a decisão está respaldada pela Constituição dos Estados Unidos e pelo Ato de Nacionalidade e Imigração. O texto ainda determina que os departamentos de Segurança Nacional, Justiça e Estado tomem todas as medidas necessárias para implementar as novas diretrizes.

Outra mudança significativa é o fim da cidadania por nascimento, uma política que até então garantia que qualquer criança nascida em território norte-americano tivesse direito automático à cidadania do país. Essa decisão afeta diretamente filhos de imigrantes ilegais e pessoas com vistos temporários, como turistas e estudantes. O governo Trump argumenta que a medida busca endurecer os critérios para aquisição da cidadania norte-americana, mas a proposta enfrenta resistência, especialmente por contrariar a 14ª emenda da Constituição dos EUA, que assegura a cidadania por direito de nascença.

A ordem executiva também amplia o alcance de ações de fiscalização contra imigrantes. Locais considerados sensíveis, como igrejas e escolas, que antes eram isentos de operações, agora podem ser alvo de prisões. Além disso, as diretrizes relacionadas à liberdade condicional humanitária, que permitem entrada temporária por motivos excepcionais, foram revisadas e passarão a ser analisadas individualmente.

As mudanças, entretanto, estão longe de serem implementadas de forma definitiva. Especialistas indicam que as novas medidas enfrentam diversos desafios legais, incluindo a necessidade de aprovação pelo Congresso e possíveis disputas judiciais. O sistema jurídico dos EUA tende a preservar os direitos assegurados pela Constituição, o que pode dificultar a implementação integral da ordem executiva.

Outro ponto que chamou atenção foi a remoção da versão em espanhol do site oficial da Casa Branca, além da desativação do perfil da Casa Branca em espanhol nas redes sociais. Essas ações foram vistas como uma tentativa de enfraquecer a comunicação com a comunidade latina, que tem um papel significativo na sociedade e na política norte-americana. Grupos de defesa dos direitos hispânicos criticaram a decisão, alegando que ela reforça a exclusão e a falta de representatividade de uma população que já enfrenta desafios sociais.

A medida também reacendeu o debate sobre imigração nos Estados Unidos, um tema que tem sido central na política de Trump desde seu primeiro mandato. A postura rígida do presidente sobre o assunto encontra apoio em uma parcela da população norte-americana que defende fronteiras mais seguras e critérios mais rigorosos para entrada de estrangeiros. No entanto, opositores argumentam que as ações são discriminatórias, desumanas e potencialmente inconstitucionais.

Enquanto isso, a população norte-americana permanece dividida. Pesquisas recentes indicam que uma parte significativa dos cidadãos apoia as políticas de imigração de Trump, embora uma porcentagem crescente se preocupe com os impactos sociais e econômicos das medidas. A decisão de restringir a cidadania por nascimento, por exemplo, pode afetar milhares de famílias, gerando incertezas sobre o futuro de crianças que, sob a legislação anterior, seriam cidadãs americanas.

Nos bastidores políticos, a ordem executiva também pode ter repercussões nas eleições de 2026. Analistas acreditam que as medidas de Trump podem mobilizar tanto seus apoiadores quanto seus opositores, tornando a imigração um dos principais temas do próximo ciclo eleitoral. Além disso, a postura do presidente em relação ao tema pode influenciar as relações diplomáticas com países latino-americanos, particularmente o México, que já expressou preocupação com as mudanças.

A decisão de Trump marca um início de mandato focado em medidas controversas e polarizadoras, alinhadas às promessas de campanha que consolidaram sua base de apoio. No entanto, o impacto das ações sobre o cenário político, econômico e social dos Estados Unidos ainda é incerto, especialmente diante das barreiras legais e da oposição que as medidas devem enfrentar nos próximos meses.



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