A cidade de Sorocaba, localizada no interior de São Paulo, registrou a primeira morte por dengue em 2025. A vítima, uma mulher de 58 anos, faleceu no dia 9 de janeiro em um hospital público do município. Segundo informações da Prefeitura, a paciente era hipertensa e diabética, o que pode ter contribuído para a evolução grave da doença. O caso lança luz sobre a situação da dengue na região e reforça a necessidade de medidas preventivas e ações de saúde pública.
O município enfrenta um aumento significativo nos casos da doença, com 151 registros confirmados até o momento. Destes, 121 são considerados autóctones, ou seja, contraídos dentro da própria cidade, enquanto 30 são importados. Sorocaba não está sozinha nesse cenário preocupante. O Ministério da Saúde já havia confirmado, em 16 de janeiro, outra morte por dengue no estado, ocorrida na cidade de Birigui. O paciente, um homem de 62 anos, também possuía condições de saúde preexistentes.
Diante do avanço da dengue, a Prefeitura de Sorocaba retomou a vacinação contra a doença nesta segunda-feira, 20 de janeiro. A campanha ocorre em 33 Unidades Básicas de Saúde (UBSs) da cidade e é direcionada a crianças e adolescentes de 10 a 14 anos que ainda não receberam a primeira dose da vacina. Conhecida como Qdenga, a vacina foi aprovada pela Anvisa em março de 2023 e é administrada em duas doses, com intervalo de três meses. Apesar de ser considerada segura e eficaz, o imunizante é contraindicado para gestantes e pessoas imunossuprimidas.
Para receber a vacina, os jovens devem estar acompanhados de um responsável, apresentar a carteirinha de vacinação e o CPF, além de não terem sido diagnosticados com dengue nos últimos seis meses. A iniciativa busca reduzir a circulação do vírus e proteger especialmente as populações mais vulneráveis. A vacinação, no entanto, enfrenta desafios como a falta de doses suficientes para atender à demanda de outras regiões do estado, conforme destacado por autoridades de saúde.
O governo de São Paulo tem intensificado os esforços no combate à dengue, chikungunya e zika. No dia 15 de janeiro, foi apresentado o Plano de Contingência das Arboviroses Urbanas 2025/2026, que inclui estratégias como o fortalecimento da vigilância epidemiológica, campanhas educativas e ações de controle do mosquito Aedes aegypti, vetor responsável pela transmissão das doenças. Medidas como eliminação de criadouros, aplicação de inseticidas e conscientização da população também têm sido reforçadas.
A dengue é uma doença viral que afeta milhares de pessoas todos os anos no Brasil. Transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti infectado, ela pode se manifestar em formas leves ou graves. Os sintomas mais comuns incluem febre alta, dor de cabeça, dores musculares e articulares, prostração e desconforto atrás dos olhos. Em casos graves, a doença pode evoluir para hemorragias, falência de órgãos e óbito. Idosos, pessoas com doenças crônicas e crianças são os grupos mais suscetíveis a complicações.
Especialistas alertam para a importância da prevenção. Além da vacinação, medidas como evitar o acúmulo de água parada em recipientes, manter caixas d’água tampadas e utilizar repelentes são essenciais para conter a proliferação do mosquito. A participação da população é considerada fundamental para o sucesso das ações de controle.
O aumento de casos de dengue em Sorocaba e outras cidades paulistas reflete uma tendência preocupante em todo o estado. Dados preliminares indicam que 14 municípios já decretaram situação de emergência devido à alta incidência da doença. Esse cenário reforça a urgência de ações integradas entre governos municipais, estaduais e a população para enfrentar o desafio.
A vacinação em Sorocaba marca um passo importante, mas também ressalta as lacunas no acesso ao imunizante. Segundo especialistas, a ampliação da cobertura vacinal e a implementação de políticas públicas eficazes são essenciais para combater a dengue de forma abrangente. Enquanto isso, a conscientização continua sendo uma ferramenta poderosa na luta contra a doença.
A morte em Sorocaba serve como um alerta para a gravidade da dengue e a necessidade de redobrar os esforços na prevenção e no tratamento. Ao mesmo tempo, evidencia a fragilidade do sistema de saúde diante de doenças sazonais e de fácil propagação. Com o aumento dos casos e as primeiras mortes registradas, o desafio de controlar a dengue em 2025 se torna ainda mais urgente, exigindo ação coordenada e contínua de todos os setores da sociedade.