Cesta básica ficou 14,2% mais cara em 2024; veja itens que mais subiram

Caio Tomahawk

A cesta básica de alimentos no Brasil registrou um aumento de 14,22% no preço ao longo de 2024, de acordo com os dados divulgados pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras). No final do ano passado, o custo médio da cesta foi de R$ 345,23, comparado aos R$ 302,24 observados em 2023. A alta foi impulsionada principalmente pelos preços de itens essenciais, como café torrado, óleo de soja, leite longa vida e arroz, que apresentaram aumentos expressivos. O café, por exemplo, teve uma elevação de 39,6%, enquanto o óleo de soja subiu 29,22%. O leite longa vida e o arroz também tiveram incrementos consideráveis, de 18,83% e 8,24%, respectivamente.

A pressão inflacionária sobre o setor de alimentos básicos é apontada como um dos principais fatores desse aumento, o que tem afetado diretamente o bolso do consumidor. Especialistas indicam que o cenário de 2025 pode seguir a mesma trajetória, com estimativas de que o custo da cesta básica continue a subir entre dezembro de 2024 e janeiro de 2025, com um aumento projetado de 1,1%.

Os produtos de origem animal também enfrentaram aumentos substanciais. A carne bovina, por exemplo, teve um aumento de 22,65% no ano passado, reflexo de uma combinação de fatores, como a defasagem cambial, o crescimento das exportações e a demanda interna por proteína de qualidade. O pernil suíno e o frango congelado também tiveram altas significativas, com acréscimos de 20,5% e 8,26%, respectivamente. Por outro lado, os ovos apresentaram uma queda no preço, com uma diminuição de 4,53% ao longo de 2024.

No entanto, nem todos os itens tiveram aumento. A cesta de vegetais, que inclui frutas, legumes e verduras, apresentou uma leve redução de 1,03% no preço nos últimos 12 meses. Esses dados indicam que, apesar da alta nos preços de muitos alimentos, alguns itens básicos experimentaram uma queda, o que oferece algum alívio para as famílias.

Em relação ao consumo, a pesquisa da Abras também revelou que o aumento na empregabilidade, o crescimento da renda real e a injeção de recursos como o 13º salário e o Bolsa Família contribuíram para o aumento do consumo das famílias, que cresceu 2,5% ao longo de 2024. A chegada desses recursos no final do ano ajudou a impulsionar a aceleração do consumo, especialmente durante os meses de novembro e dezembro.

Marcio Milan, presidente da Abras, destacou que o aumento do dólar será um dos principais fatores a influenciar o comportamento do mercado neste ano. Com a previsão de que a moeda americana continue a impactar os preços dos produtos que dependem de insumos importados, é esperado que a indústria repasse esses custos para os consumidores. Além disso, a taxa Selic também deverá ter um efeito no consumo, pois o alto custo do crédito pode levar os brasileiros a priorizarem a compra de itens essenciais ou aqueles em promoção.

Enquanto a alta nos preços de alimentos básicos continua a ser um desafio para a economia brasileira, a combinação de aumento de renda e crescimento no mercado de trabalho tem proporcionado certo alívio, o que contribui para o aumento do consumo. Contudo, o impacto de fatores externos, como a cotação do dólar, promete continuar a ser um fator decisivo para a evolução dos preços nos próximos meses, criando um cenário de incertezas para os consumidores.

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