Além da queda nas licenças para o porte de armas, a PF também observou uma diminuição de 11,6% nas emissões de registros de armas de fogo. Enquanto isso, o número de apreensões de munições teve um aumento de 9,7%, o que sugere um esforço contínuo no combate ao tráfico de armas e munições ilegais no país.
Os dados foram divulgados pelo diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, que ressaltou o impacto das operações da instituição nas organizações criminosas. Em 2024, a PF conseguiu intensificar suas ações contra o crime organizado, resultando em um aumento de 70% na descapitalização dessas facções. Em 2023, o prejuízo imposto às organizações criminosas foi de R$ 3,3 bilhões, mas no ano seguinte esse valor subiu para R$ 5,6 bilhões.
Essa estratégia de enfraquecimento do crime organizado tem sido uma prioridade das autoridades de segurança pública, que buscam desmantelar as operações criminosas e reduzir o impacto dessas organizações na sociedade. As apreensões de drogas, armas e o bloqueio de recursos financeiros são ações que visam impedir a continuidade das atividades ilícitas dessas facções.
Durante a cerimônia de divulgação dos números, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, também destacou a importância da colaboração entre as diferentes esferas do governo e das forças de segurança para alcançar resultados mais eficazes no combate à criminalidade. Lewandowski reforçou que as ações de inteligência, a troca de informações entre as instituições e a atuação integrada têm sido fundamentais para o sucesso das operações da PF.
O Ministério da Justiça tem buscado um equilíbrio entre a segurança pública e os direitos individuais, promovendo uma política de armamento controlado. Embora a redução no número de autorizações para porte de armas seja vista como um avanço no controle de armas no Brasil, especialistas acreditam que a questão do armamento civil ainda gera muitos debates no país. A questão envolve preocupações sobre a segurança da população e o aumento da violência, ao mesmo tempo em que há um apelo de setores da sociedade por mais liberdade para adquirir armas.
Em paralelo, o aumento no volume de apreensões de munições evidencia a continuidade do esforço das autoridades em combater o tráfico de armas e a circulação de materiais bélicos. A PF, em suas operações, tem conseguido retirar das ruas grandes quantidades de munição e desmantelar redes de distribuição ilegais que abastecem criminosos em diversas regiões do país.
Os números de 2024 refletem uma mudança nas estratégias de combate ao crime organizado, em um momento em que o governo tem buscado uma resposta mais eficaz e coordenada frente à violência. No entanto, especialistas acreditam que, além das ações de repressão, é necessário também investir em políticas públicas que promovam a educação, a inclusão social e a melhoria das condições de vida das populações mais vulneráveis, para evitar que o crime continue a crescer.
O crescimento do prejuízo imposto ao crime organizado também evidencia o esforço da PF em atacar o ponto mais sensível dessas facções: o poder financeiro. A descapitalização das organizações criminosas tem sido vista como uma forma de enfraquecê-las, dificultando sua capacidade de operar e se expandir. A pressão financeira sobre esses grupos tem mostrado resultados positivos, mas é um trabalho contínuo que exige a manutenção da cooperação entre as diversas entidades responsáveis pela segurança pública.
Dessa forma, enquanto o número de autorizações para porte de armas diminui, as apreensões de munições aumentam e a PF continua a intensificar seu combate ao crime organizado, fica claro que o Brasil está passando por um momento de reavaliação e reorganização de suas políticas de segurança. O caminho ainda é longo, mas as estatísticas de 2024 indicam que as ações da Polícia Federal estão surtindo efeito, especialmente no enfraquecimento das organizações criminosas e no controle mais rigoroso da circulação de armas no país.