Malafaia diz que Hugo Motta tem feito “jogo sujo” contra a anistia

LIGA DAS NOTÍCIAS

O pastor Silas Malafaia, um dos principais organizadores do ato em defesa da anistia realizado no último domingo (6) em São Paulo, fez duras críticas ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), em um vídeo publicado nesta terça-feira (8). No conteúdo, o líder religioso contestou a postura de Motta, que se posicionou contra a urgência no trâmite do Projeto de Lei da Anistia, defendido por diversos setores da sociedade, incluindo o movimento evangélico.


Malafaia acusou o presidente da Câmara de mentir ao justificar sua posição alegando que a urgência no projeto geraria um “tensionamento entre os Poderes da República”. Segundo o pastor, essa justificativa não passa de uma falácia, pois, de acordo com ele, o projeto da anistia é da competência do Congresso Nacional, não pertencendo ao Supremo Tribunal Federal (STF) nem ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva. "Ele está enganando o povo brasileiro", afirmou o líder evangélico.


Além disso, Malafaia trouxe à tona um assunto polêmico que envolve Hugo Motta: a pauta de urgência de quatro projetos de interesse do Judiciário, que, segundo o pastor, não passaram pelos processos normais e não receberam assinaturas dos líderes parlamentares. O pastor citou os números dos projetos – PL 769/2024, PL 4303/2024, PL 1/2025 e PL 2/2025 – e alegou que eles foram pautados sem o devido procedimento regimental, algo que, para ele, configura uma irregularidade grave.


A crítica de Malafaia foi ainda mais intensa ao sugerir que o comportamento de Hugo Motta estaria relacionado a uma tentativa de se proteger, já que o presidente da Câmara enfrenta investigações da Polícia Federal. As apurações envolvem possíveis irregularidades em contratos de licitação e desvios de recursos federais no município de Patos, na Paraíba, onde o prefeito é o pai de Motta, Nabor Wandelery. Para o pastor, Motta estaria agindo com o intuito de evitar maiores complicações políticas e judiciais, uma vez que essas investigações podem ter consequências sérias para sua imagem e carreira política.


A gravação de Silas Malafaia rapidamente gerou repercussão nas redes sociais, com diversos apoiadores do projeto da anistia e de Bolsonaro manifestando apoio às declarações do pastor. O projeto da anistia visa conceder perdão a pessoas que participaram dos atos de 8 de janeiro, no contexto das invasões aos prédios dos Três Poderes em Brasília. Para Malafaia e outros líderes religiosos, a aprovação dessa lei representa uma maneira de restaurar a justiça e corrigir o que consideram erros cometidos durante o período pós-eleitoral.


Malafaia também se referiu ao presidente da Câmara como alguém que estaria jogando “sujo” ao agir dessa forma. A acusação de um possível jogo político envolvendo investigações da Polícia Federal contribui para um cenário ainda mais polarizado na política brasileira, com diversos atores políticos envolvidos diretamente nas discussões sobre a anistia e os limites do poder legislativo, judiciário e executivo.


Enquanto isso, a agenda da Câmara segue sem uma definição clara sobre a votação da urgência para o Projeto de Lei da Anistia. Diversos parlamentares, principalmente os aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, têm pressionado para que o tema seja discutido de forma mais célere. A posição contrária de Hugo Motta tem sido vista como um obstáculo, e a falta de avanços nesse sentido tem gerado frustração em grupos que defendem a aprovação do projeto.


Por outro lado, alguns críticos da anistia apontam que a aprovação de tal lei poderia representar um retrocesso democrático, alimentando o discurso de impunidade para os responsáveis pelos atos de 8 de janeiro. A discussão sobre o projeto tem mobilizado tanto a classe política quanto a sociedade civil, com manifestações públicas, debates acalorados e a polarização aumentando à medida que novos posicionamentos são apresentados por figuras políticas relevantes.


A articulação de Malafaia em torno da anistia e as críticas ao presidente da Câmara se inserem em um cenário de intensas disputas políticas no Brasil, onde a relação entre os diferentes poderes tem sido frequentemente questionada. Enquanto isso, a busca por uma solução para o impasse continua a dividir opiniões e a gerar novas tensões no âmbito legislativo e nas redes sociais.


O debate sobre a anistia, portanto, segue sendo um dos temas centrais na política brasileira, com aliados e opositores se preparando para a continuidade das discussões nos próximos dias, enquanto a pressão por uma solução se intensifica. A posição de Hugo Motta e as ações de Silas Malafaia são apenas a ponta de um iceberg de um debate mais amplo, que provavelmente continuará a impactar o cenário político do país.

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