STF já possui maioria para tornar réus deputados do PL acusados de corrupção

LIGA DAS NOTÍCIAS

 

O Supremo Tribunal Federal (STF) avançou na análise de um caso que envolve parlamentares do Partido Liberal (PL), partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, ao formar uma maioria de votos neste sábado, 8 de março, para tornar réus dois deputados e um suplente do partido, acusados de corrupção passiva e organização criminosa. A Primeira Turma da Corte, responsável por decidir sobre o caso, já conta com três votos favoráveis à aceitação da denúncia, incluindo o voto do relator, ministro Cristiano Zanin, e os de Alexandre de Moraes e Cármen Lúcia. Com isso, os parlamentares Josimar Maranhãozinho (PL-MA), Pastor Gil (PL-MA) e o suplente Bosco Costa (PL-SE) enfrentam agora o processo judicial por suas supostas práticas ilícitas.


Os ministros que compõem a Primeira Turma do STF têm se manifestado de maneira favorável ao recebimento da denúncia. Essa decisão, que está sendo tomada no plenário virtual, pode ser concluída até o dia 11 de março, data limite para o fim do julgamento. Contudo, é possível que algum ministro solicite mais tempo para análise do processo, o que poderia adiar a conclusão da votação.


Os três parlamentares e outros envolvidos foram denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) em setembro de 2024, com base em investigações que apontam para o desvio de emendas parlamentares. O foco da investigação está em um esquema de corrupção que teria ocorrido entre 2020 e 2021, envolvendo a solicitação de propina para a liberação de recursos federais destinados a obras no município de São José do Ribamar, no Maranhão. Segundo a PGR, os deputados teriam agido em conjunto para solicitar ao prefeito da cidade, José Eudes Sampaio Nunes, a liberação de uma quantia de R$ 1,6 milhão, em troca da liberação de R$ 6,6 milhões em emendas parlamentares.


O relator do caso, ministro Zanin, se posicionou favoravelmente ao recebimento da denúncia, apontando evidências robustas que sugerem a prática de corrupção passiva. O ministro citou, como exemplo, transferências bancárias e mensagens entre os envolvidos, que indicam a solicitação de propina. Além disso, depoimentos de testemunhas também corroboram a denúncia de que os deputados agiram de maneira coordenada para obter vantagens ilícitas.


Em sua manifestação, Zanin também propôs que a punibilidade de um dos envolvidos, Josival Cavalcanti da Silva, conhecido como Pacovan, fosse extinta. Ele é apontado como agiota no esquema, mas faleceu durante a investigação. Para os outros acusados, o relator propôs que o processo seguisse, dada a consistência das provas reunidas até o momento.


A denúncia formalizada pela PGR aponta que o grupo formado pelos parlamentares teria operado uma organização criminosa focada na comercialização ilegal de emendas parlamentares. O líder desse grupo seria Josimar Maranhãozinho, cujo nome já esteve envolvido em outras apurações, inclusive com indícios de que teria sido flagrado com grandes quantias de dinheiro. A PGR sublinha que os envolvidos não apenas desviaram recursos, mas também agiram de forma articulada para garantir o sucesso do esquema, prejudicando o erário público.


O caso gerou grande repercussão, principalmente pela conexão política dos envolvidos, que pertencem a um partido que tem uma grande influência no cenário político atual. A denúncia contra esses parlamentares vem em um momento em que as investigações de corrupção no Brasil continuam a atrair atenção pública, com a população cada vez mais atenta às possíveis práticas ilícitas dentro das instituições governamentais. A relação entre políticos e o uso de recursos públicos para fins pessoais continua a ser um tema de grande importância para o país, e o desfecho deste julgamento poderá impactar diretamente a credibilidade do sistema político brasileiro.


Além dos deputados e do suplente, o caso também envolve outros quatro indivíduos, entre eles João Batista Magalhães, que é apontado como intermediador das ações criminosas. A análise do STF é apenas uma das etapas de um processo que pode resultar em uma série de consequências legais para os envolvidos. Caso os réus sejam condenados, poderão enfrentar penas severas, incluindo a perda de mandato e a prisão, dependendo da gravidade das sentenças aplicadas.


O processo segue em andamento e, até o dia 11 de março, a expectativa é de que novos votos sejam apresentados pelos ministros do STF. O futuro político dos acusados está agora em jogo, com o julgamento representando um marco importante na luta contra a corrupção e na manutenção da integridade das instituições brasileiras.

Tags

#buttons=(Accept !) #days=(20)

Nosso site usa cookies para melhorar sua experiência. Check Now
Accept !