Durante seu pronunciamento, Malafaia questionou as circunstâncias das detenções, argumentando que muitos dos presos nas manifestações não estavam armados nem portavam objetos capazes de representar uma ameaça imediata à segurança pública. Ele afirmou, com firmeza, que homens e mulheres que foram levados à prisão nas operações não tinham sequer pedras em mãos. A frase foi dita de forma exaltada, buscando ressaltar a ideia de que a violência que culminou na invasão do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal não foi uma ação espontânea ou popular, mas sim um episódio manipulativo e orquestrado por forças externas.
Em sua fala, Malafaia não poupou críticas aos responsáveis pela repressão e pelos atos de prisão, destacando que um "golpe" não poderia ser realizado por pessoas desarmadas. Afirmou que, em sua opinião, não existe qualquer possibilidade de um golpe de Estado sem a presença de armas, insinuando que a presença de um plano maior por trás dos eventos de janeiro estava sendo ignorada pelas autoridades. O discurso gerou grande repercussão nas redes sociais e entre aqueles que acompanham os posicionamentos políticos do pastor, que já demonstrou diversas vezes apoio a figuras políticas que atuam na linha conservadora.
O pastor também levantou questões sobre o tratamento dos presos, sugerindo que os manifestantes estavam sendo injustamente punidos sem que houvesse evidências suficientes para comprovar suas intenções criminosas. Para ele, a simples presença no local dos acontecimentos não deveria ser suficiente para justificar a detenção, especialmente quando as prisões pareciam ser baseadas em acusações vagas ou em interpretações de situações que, segundo ele, não passavam de uma "armadilha" política para descredibilizar a oposição ao governo federal.
Além disso, Malafaia expressou sua preocupação com o uso de recursos do Estado para combater movimentos que ele classifica como legítimos, ainda que críticos do governo. Durante o evento, o pastor também falou sobre o que considera ser uma polarização crescente na política brasileira, com uma acusação de que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva estaria se utilizando do aparato estatal para perseguir adversários e amedrontar aqueles que se opõem ao seu projeto de poder. Em sua fala, a ideia de que havia uma manipulação das massas foi uma constante, com o pastor sugerindo que uma verdadeira opressão estava sendo encoberta pela narrativa oficial sobre os eventos de janeiro.
Ao longo do discurso, o público presente parecia receptivo às palavras de Malafaia, aplaudindo e incentivando suas falas com gritos de apoio. O evento foi marcado pela presença de diversos outros líderes evangélicos, que também se manifestaram favoravelmente ao pastor, defendendo uma linha mais rígida contra o que consideram ser uma tentativa de deslegitimação da direita brasileira.
Embora Malafaia tenha evitado diretamente acusar o governo de ser o responsável pela organização dos atos de 8 de janeiro, ele deixou claro que, em sua visão, o episódio fazia parte de uma estratégia maior para desestabilizar a política nacional. Sua postura ficou clara ao afirmar que os manifestantes, em sua grande maioria, eram civis comuns, sem envolvimento em grupos extremistas, e que não representavam uma ameaça real ao Estado, especialmente quando comparados às mobilizações de outros períodos históricos que envolveram confrontos armados.
O evento gerou um intenso debate nas redes sociais, com apoiadores e críticos de Malafaia se manifestando sobre suas declarações. Para muitos de seus seguidores, o pastor estava apenas cumprindo seu papel de defender a liberdade de expressão e combater aquilo que consideram ser um cerceamento das ideias conservadoras no país. Por outro lado, seus detratores acusaram-no de minimizar os eventos de janeiro e de promover uma narrativa distorcida, que favoreceria apenas os interesses de uma pequena parte da população, deixando de lado as vítimas reais das invasões e dos danos causados ao patrimônio público.
A fala de Silas Malafaia em Copacabana ainda ecoa nas discussões políticas do Brasil, onde a polarização continua a ser uma questão central. O pastor, com seu jeito único de se comunicar, segue sendo uma figura que divide opiniões, mas não pode ser ignorado quando o assunto é a influência religiosa no cenário político nacional. A pergunta que permanece é até que ponto declarações como as dele contribuem para o debate público ou, ao contrário, inflamam ainda mais os ânimos já acirrados entre os diferentes setores da sociedade brasileira.