O cenário não foi diferente em outras partes do mundo. Nos Estados Unidos, as queixas começaram a surgir às 5h56, horário de Washington D.C., com mais de 22.000 usuários relatando dificuldades. No Japão, o impacto foi ainda mais expressivo, com 87.873 pessoas enfrentando o problema às 18h56, horário local. No Reino Unido, o número de queixas também foi significativo, com 10.584 registros de falhas às 9h53, horário de Londres.
O que chamou atenção foi a rapidez com que a plataforma começou a se recuperar, com uma queda considerável no número de relatos de falhas pouco tempo após os picos de instabilidade. Essa recuperação parcial levantou questionamentos sobre se o problema se tratava de uma falha técnica simples ou se havia algo mais complexo em jogo. A ausência de uma explicação oficial por parte da empresa, liderada por Elon Musk, apenas aumentou as especulações.
O fato de Musk, conhecido por sua comunicação direta, não ter se manifestado em relação ao ocorrido também gerou curiosidade. Normalmente, o bilionário costuma se posicionar rapidamente em situações que envolvem suas empresas, mas neste caso, permaneceu em silêncio. Isso alimentou uma série de teorias que sugerem possíveis causas para o apagão.
Uma das hipóteses mais discutidas é a de que a falha possa ter sido causada por um ataque de negação de serviço (DDoS). Esse tipo de ataque sobrecarrega os servidores de um serviço com uma quantidade massiva de acessos simultâneos, tornando a plataforma inacessível para usuários legítimos. No entanto, há também quem acredite que o apagão tenha sido resultado de uma atualização interna ou de uma tentativa de migração de infraestrutura. Elon Musk já havia demonstrado interesse em tornar o X mais independente de grandes provedores de nuvem, o que poderia justificar um teste envolvendo mudanças estruturais.
Por outro lado, especialistas em segurança cibernética sugeriram a possibilidade de um envolvimento maior, envolvendo governos e serviços de inteligência. Com o aumento da vigilância de redes sociais, especialmente por parte de países como China e Rússia, o X poderia ter sido alvo de uma ação coordenada. Além disso, houve especulações de que os Estados Unidos, através de seus órgãos de inteligência, poderiam estar testando novas formas de controle e monitoramento de plataformas digitais, dada a crescente preocupação com a disseminação de desinformação e a influência estrangeira nas redes sociais.
Conforme a plataforma voltava a funcionar em algumas regiões, usuários começaram a relatar fenômenos estranhos. Algumas postagens antigas desapareceram sem explicação, enquanto outras foram repostadas automaticamente, sem que houvesse qualquer ação dos proprietários das contas. Contas verificadas também notaram uma queda significativa no alcance de suas publicações logo após a instabilidade. Além disso, alguns usuários receberam notificações de login em locais que afirmam não ter visitado, o que gerou ainda mais desconfiança sobre o que realmente havia acontecido.
Enquanto isso, a falta de uma explicação oficial da empresa continuava a alimentar a especulação. Muitos questionaram por que o X não esclareceu o ocorrido, caso fosse apenas um problema técnico. Se fosse um ataque hacker, por que Musk e sua equipe não anunciaram medidas de segurança adicionais?
O que resta, por enquanto, é a incerteza. Enquanto a plataforma se recupera, a desconfiança continua a crescer. Usuários ao redor do mundo continuam a se perguntar se o apagão foi apenas uma falha técnica comum ou se estamos diante de algo muito maior, que pode ter implicações ainda desconhecidas. Em tempos de crescente vigilância digital e questões geopolíticas envolvendo a censura nas redes sociais, o que parecia ser um simples problema técnico pode ter repercussões mais amplas.