A primeira-dama Rosângela da Silva, mais conhecida como Janja, decidiu, na última quinta-feira (13), tornar seu perfil no Instagram privado, limitando o acesso às suas publicações a apenas seus seguidores. A decisão foi tomada após uma série de críticas direcionadas a ela nas redes sociais, muitas das quais foram classificadas como machistas e misóginas. A assessoria de Janja divulgou um comunicado explicando que a medida foi uma forma de proteger sua integridade diante dos comentários hostis que recebia, alegando que muitos deles possuíam teor criminoso, difamatório e ameaçador.
A mudança de configuração de seu perfil ocorre em um contexto de crescente pressão nas redes sociais. Recentemente, a esposa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se viu no centro de discussões intensas devido a declarações e comportamentos que atraíram olhares críticos. Em particular, um comentário feito pelo próprio presidente Lula, no qual ele afirmou ter escolhido uma "mulher bonita" para estabelecer boas relações com o Congresso, gerou um aumento significativo nas críticas à primeira-dama. Além disso, o perfil de Janja também foi alvo de questionamentos em relação às suas viagens internacionais, que não passaram despercebidas pelo público.
A assessoria de Janja enfatizou que a decisão de tornar sua conta privada não foi apenas uma resposta às críticas, mas uma afirmação de que, apesar de ser uma figura pública, ela tem o direito de decidir sobre a privacidade de suas redes sociais. O comunicado deixou claro que, em meio a um cenário de ofensas e agressões, a primeira-dama optou por restringir o acesso às suas postagens para preservar sua segurança e bem-estar. A nota também mencionou que, em um espaço onde muitas pessoas se sentem à vontade para se expressar de maneira ofensiva, é importante que as plataformas de redes sociais ofereçam mecanismos para proteger os indivíduos, especialmente aqueles que ocupam posições públicas.
O gesto de Janja vem acompanhando uma tendência crescente de figuras públicas que se sentem desconfortáveis com o nível de hostilidade e desrespeito que circula em plataformas como o Instagram e o Twitter. Ao longo dos últimos meses, diversos outros membros do governo e aliados políticos também se viram obrigados a reagir a ataques virtuais, com algumas figuras decidindo restringir suas interações ou até mesmo abandonar certas plataformas. Esse movimento reflete um ambiente cada vez mais polarizado nas redes sociais, onde discursos de ódio, misoginia e ataques pessoais se tornaram, infelizmente, comuns.
Além das críticas direcionadas a Janja sobre o comportamento do presidente Lula, a decisão de restringir sua conta também foi influenciada por ataques mais pessoais, que ultrapassaram o limite do debate político. As ofensas que Janja enfrentou geraram uma reação tanto de apoio quanto de crítica nas redes sociais. Muitos apoiadores argumentaram que a medida era uma forma legítima de proteger a primeira-dama diante da violência verbal que ela estava recebendo. Por outro lado, detratores sugeriram que a mudança de status do perfil poderia ser uma tentativa de evitar a exposição e o confronto com as críticas.
O episódio reflete a complexidade de ser uma figura pública em tempos de intensa polarização política. A linha entre o direito à crítica construtiva e o abuso nas redes sociais tornou-se cada vez mais tênue, com muitos se questionando sobre até que ponto é saudável e aceitável o nível de agressividade digital a que algumas figuras políticas estão sendo expostas.
A mudança no Instagram de Janja, embora tenha sido uma ação pessoal e pontual, coloca em evidência um debate maior sobre o papel das redes sociais na política e a responsabilidade dos usuários dessas plataformas. Enquanto isso, a primeira-dama segue sendo uma personagem central no cenário político atual, com sua presença nas redes sociais servindo como termômetro para as tensões políticas e sociais que marcam o Brasil neste momento.