Segundo a prefeitura de Maricá, Alex da Mata Barros foi admitido na Somar em junho de 2021, mas foi desligado da função em janeiro de 2025. A prefeitura iniciou uma sindicância para apurar o caso e garantir que as devidas providências sejam tomadas caso sejam identificadas irregularidades. O prefeito Quaquá e sua equipe afirmaram que o funcionário, que ocupava o cargo de assessor especial no gabinete da presidência da Somar, foi indicado por Anielle Franco, o que gerou a suspeita de que ele poderia estar recebendo um
salário sem desempenhar efetivamente as funções para as quais foi contratado.
Embora o caso ainda esteja sendo investigado, a denúncia gerou um novo embate entre Quaquá e Anielle Franco, dois membros proeminentes do PT que já protagonizaram outros desentendimentos no passado. Em janeiro deste ano, a ministra havia acionado a Comissão de Ética do partido contra Quaquá após ele defender publicamente os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão, acusados de envolvimento no assassinato de Marielle Franco, irmã de Anielle. Na ocasião, Quaquá publicou uma foto ao lado de familiares dos irmãos Brazão e alegou que não havia provas contra eles, o que foi interpretado por Anielle como uma tentativa de descredibilizar a luta pela justiça no caso do assassinato de sua irmã.
A relação entre os dois membros do PT tem se deteriorado ao longo do tempo, com acusações mútuas e ações formais dentro do partido. A mais recente disputa, envolvendo a denúncia de um funcionário fantasma, promete acirrar ainda mais os ânimos dentro da sigla, especialmente em um momento em que o partido tenta consolidar seu poder no governo federal.
O prefeito Quaquá, ao anunciar a medida de acionar a Comissão de Ética contra Anielle, reforçou sua posição de que a denúncia sobre o funcionário fantasma precisa ser tratada com seriedade e transparência. Em uma nota, ele afirmou que é fundamental que todas as irregularidades sejam apuradas, e que, se confirmadas, as medidas cabíveis deverão ser tomadas para responsabilizar os envolvidos. Ele também destacou que a população e os filiados ao PT merecem saber o que está acontecendo dentro do partido e que a ética deve prevalecer, independentemente de quem esteja envolvido.
Enquanto isso, a CNN tentou entrar em contato com o PT e com o Ministério da Igualdade Racial para obter mais informações sobre a ação de Quaquá e a posição do partido em relação à acusação, mas até o momento não obteve respostas. A falta de esclarecimentos oficiais aumentou a tensão em torno do caso, deixando o público e os membros do PT aguardando uma resposta clara sobre as alegações e o futuro das relações entre Quaquá e Anielle dentro da sigla.
O caso também levanta questões sobre a forma como o partido lida com acusações internas e investigações sobre possíveis irregularidades, além de refletir as tensões políticas e pessoais que podem afetar a imagem pública de seus membros. O PT, que já enfrentou críticas por sua gestão e por acusações de corrupção nos últimos anos, agora se vê diante de mais um desafio em sua esfera interna, que poderá influenciar o cenário político à medida que a situação se desenrola.
Por enquanto, a Comissão de Ética do PT deverá ser a responsável por avaliar a gravidade da denúncia e tomar as medidas necessárias, caso seja comprovado algum envolvimento irregular de Anielle Franco ou de outros membros do partido no caso do funcionário fantasma. O desfecho dessa situação poderá ter consequências importantes para a ministra e para o relacionamento dentro da sigla, além de impactar a percepção pública sobre a gestão interna do PT, que se vê novamente em meio a uma crise que mistura questões políticas e administrativas.