Bolsonaro decide ir a ato por impeachment de Lula e anistia no Rio

LIGA DAS NOTÍCIAS


O ex-presidente Jair Bolsonaro confirmou sua participação em uma manifestação marcada para o dia 16 de março no Rio de Janeiro. O ato, organizado por parlamentares da oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, terá como pautas principais a anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023 e a defesa do impeachment de Lula. A presença de Bolsonaro foi anunciada pelo próprio ex-mandatário por meio de suas redes sociais, onde afirmou que comparecerá para apoiar as reivindicações populares e discutir temas nacionais relevantes.


Durante uma transmissão ao vivo, Bolsonaro declarou que a pauta central do protesto será a anistia, mas destacou que os manifestantes também levantarão outros temas importantes, como a condução do governo atual e o cenário político nacional. O ex-presidente ressaltou que a participação em atos como esse sempre ocorreu de forma pacífica e que os eventos violentos do 8 de janeiro não representaram seus apoiadores, mas sim a ação de infiltrados, segundo sua visão.


O anúncio da manifestação acontece em um momento sensível para a política nacional, com a popularidade do presidente Lula em queda, segundo uma pesquisa recente do instituto Datafolha. O levantamento indicou que 41% dos brasileiros reprovam a atual gestão, o maior índice negativo desde o início do terceiro mandato de Lula. O cenário econômico, marcado pela alta do dólar e pela crise envolvendo o sistema de pagamentos Pix, tem sido apontado por aliados do presidente como fatores que contribuem para essa insatisfação.


A convocação para o ato de março ganhou força nas redes sociais com a adesão de diversas figuras políticas da oposição. Entre elas está o deputado federal Nikolas Ferreira, que usou suas plataformas para incentivar a participação popular. Em uma publicação, ele provocou o governo ao afirmar que, se Lula deseja ver o povo nas ruas pedindo seu impeachment, é exatamente isso que acontecerá no dia da manifestação.


A repercussão do protesto também chegou ao cenário internacional. O empresário Elon Musk, proprietário da rede social X, antigo Twitter, compartilhou uma publicação sobre o evento, mencionando que mais de 120 cidades brasileiras devem registrar atos semelhantes no mesmo dia. No entanto, a imagem utilizada em sua postagem era de uma manifestação de 2016 em apoio ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, o que gerou críticas e correções de internautas.


O contexto do ato de 16 de março se insere em uma conjuntura política tensa, agravada pela possibilidade de que a Procuradoria-Geral da República apresente uma denúncia contra Bolsonaro nos próximos dias. A acusação deve envolver supostas tentativas de golpe de Estado após as eleições de 2022, episódio que marcou o início de uma série de investigações sobre a atuação do ex-presidente e seus aliados.


Além das questões judiciais e políticas, o ato também simboliza uma demonstração de força da oposição em meio ao desgaste do governo atual. Para os organizadores, a manifestação é uma oportunidade de pressionar o Congresso Nacional em favor da anistia dos condenados pelos atos extremistas de 8 de janeiro. Essa pauta tem gerado divisões entre parlamentares, com alguns setores da oposição defendendo uma anistia parcial, enquanto outros exigem um perdão amplo e irrestrito.


O governo Lula, por sua vez, acompanha com atenção os desdobramentos da convocação. Ministros e líderes da base governista têm buscado desqualificar o ato, afirmando que se trata de uma tentativa de mobilizar a insatisfação popular com fins golpistas. No entanto, interlocutores do Palácio do Planalto reconhecem que a queda na popularidade do presidente e a crise econômica são fatores que podem ampliar a adesão aos protestos.


A manifestação do dia 16 de março promete ser um dos maiores atos políticos desde a posse de Lula em 2023. A expectativa é de que as ruas do Rio de Janeiro sejam palco de discursos, faixas e cartazes com pedidos de anistia e críticas à atual gestão. A segurança pública será reforçada, com a presença de efetivos da Polícia Militar e monitoramento por câmeras de vigilância. O objetivo é evitar episódios de violência como os registrados em atos anteriores.


O cenário político brasileiro segue marcado por divisões profundas, e a manifestação de março se configura como mais um capítulo dessa disputa intensa. Com Bolsonaro em evidência e Lula enfrentando críticas crescentes, o ato poderá se tornar um termômetro do clima político nacional e indicar os rumos que o debate público deve tomar nos próximos meses.

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