O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou, nesta quinta-feira (30/1), a recente decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de elevar a taxa Selic em um ponto percentual, passando de 12,25% para 13,25% ao ano. Em sua fala, Lula reconheceu a autonomia do Banco Central (BC) e fez um elogio ao presidente da instituição, Gabriel Galípolo, que assumiu recentemente a presidência do BC. Lula destacou que a decisão de aumentar a taxa de juros foi a correta, uma vez que a inflação ainda representa um desafio para a economia brasileira.
Em sua entrevista, Lula afirmou que não esperava "milagres", mas que confiava que o presidente do BC tomaria as decisões necessárias para garantir a estabilidade econômica. "Galípolo fez o que deveria fazer", disse o presidente, referindo-se à decisão do Copom. Para ele, a medida adotada foi a mais sensata diante da atual situação da economia, com uma inflação que continua pressionando as finanças do país. Lula também reforçou que, no seu governo, o presidente do Banco Central terá "autonomia de verdade" para tomar as decisões que julgar necessárias.
A elevação da Selic foi uma medida esperada por analistas financeiros, uma vez que o próprio Banco Central havia sinalizado, ainda em dezembro do ano passado, que uma postura mais rigorosa seria adotada caso a inflação continuasse em alta. A medida visa conter o avanço dos preços e evitar que a inflação se mantenha fora da meta estabelecida pelo governo. Para o mercado financeiro, a alta da Selic é uma tentativa de estabilizar a economia, e a expectativa é de que novos ajustes possam ocorrer nos próximos meses, dependendo do comportamento da inflação.
Lula também afirmou que confia no trabalho de Galípolo e acredita que, com o tempo, será possível reduzir a taxa de juros no Brasil, algo que é aguardado com ansiedade pela população. "Tenho certeza que ele vai criar as condições para entregar para o povo brasileiro uma taxa de juros menor, no tempo que a política permitir", disse o presidente, destacando que, apesar da dificuldade, o processo de redução da Selic não deve ser apressado e precisa ser conduzido com cautela.
Essa alta da taxa de juros marca a primeira decisão do Copom sob a liderança de Gabriel Galípolo, que foi indicado pelo presidente Lula para comandar o Banco Central. Galípolo, por sua vez, tem se mostrado comprometido com a estabilidade econômica e a redução da inflação, que tem sido uma das maiores preocupações do governo desde o início do mandato.
O mercado financeiro já previa esse aumento, dado o cenário inflacionário e a necessidade de manter a política monetária restritiva para combater o aumento dos preços. A inflação continua sendo uma das principais preocupações do governo e dos analistas econômicos, e a alta da Selic é vista como uma tentativa de dar respostas rápidas a esse problema.
A autonomia do Banco Central tem sido um tema recorrente nas declarações de Lula, que, apesar de ter ressaltado que Galípolo tomou a decisão certa, também afirmou que, no seu governo, o presidente do BC terá liberdade para agir sem pressões externas. A autonomia do BC foi um tema debatido durante a campanha eleitoral de 2022, e Lula se comprometeu a respeitar essa independência, diferentemente de outros momentos em que, em gestões passadas, houve tentativas de interferir nas decisões do Banco Central.
Ainda que a alta da Selic tenha impactos diretos sobre a economia, como o encarecimento do crédito e o aumento dos custos de financiamento, a medida é vista como necessária para garantir que o Brasil controle a inflação, o que poderá trazer benefícios a médio e longo prazo para a estabilidade econômica do país.
Lula, ao comentar sobre a situação, reconheceu a complexidade da economia brasileira, mas reforçou que as decisões tomadas por Galípolo são parte de um esforço conjunto para colocar o país nos trilhos novamente. Para o presidente, a recuperação da economia será um processo gradual, e ele está confiante de que, com o tempo, será possível reduzir os juros e gerar um cenário mais favorável para o crescimento econômico e a geração de emprego.
Em suma, o aumento da Selic reflete um momento de tensão na economia brasileira, mas, para o governo, a medida foi necessária para combater a inflação e garantir a estabilidade econômica, ao mesmo tempo em que reforça a independência do Banco Central para tomar decisões sem interferências externas. O presidente Lula demonstrou apoio à postura de Galípolo e afirmou que acredita que, em algum momento, o Brasil poderá ver uma redução na taxa de juros, conforme a economia for se estabilizando.