Na carta, o MST critica o que considera uma “paralisação” da reforma agrária durante o governo de Lula, questionando a eficácia da administração petista em avançar com uma das promessas históricas do partido. A crítica tem um tom de frustração, uma vez que o movimento considera que o ritmo de assentamento de famílias não tem acompanhado a necessidade de uma reestruturação agrária mais efetiva no Brasil. Em dezembro de 2024, o governo federal anunciou seu compromisso de assentar até 295 mil novas famílias no Programa Nacional de Reforma Agrária até o final de 2026, mas o MST demonstra ceticismo em relação às metas apresentadas.
O governo afirmou que, ao longo de 2024, conseguiu assentar 71,4 mil famílias, conforme dados do Ministério do Desenvolvimento Agrário. No entanto, o MST contesta esses números, argumentando que a realidade no campo é bem diferente e que o governo não tem cumprido sua promessa de transformar a reforma agrária em uma prioridade. Para o movimento, os dados apresentados pelo governo não correspondem à realidade de quem vive nas áreas rurais e luta por melhores condições de vida e trabalho.
Além da crítica ao andamento da reforma agrária, o MST também responsabiliza o Congresso Nacional pela lentidão e dificuldades enfrentadas pelos trabalhadores rurais, especialmente devido à “atuação perversa” de parlamentares que defendem os interesses do agronegócio. De acordo com o movimento, o Congresso tem se mostrado insensível às demandas dos trabalhadores do campo, priorizando os interesses dos grandes produtores rurais em detrimento das necessidades dos trabalhadores sem terra.
Durante o encontro no Palácio do Planalto, o MST também deverá enfatizar outras questões que vão além da reforma agrária, como a demarcação de terras indígenas e o reconhecimento de territórios quilombolas. O movimento vê essas questões como parte integrante da luta por justiça social no campo e considera que a ampliação das suas demandas é fundamental para que o governo federal se posicione de maneira mais firme em defesa dos direitos das populações tradicionais e marginalizadas do Brasil.
Outro ponto de destaque na carta do MST foi a manifestação de apoio a países que, segundo o movimento, enfrentam regimes de opressão e que, de acordo com a visão do grupo, são vítimas de políticas imperialistas e intervenções externas. O MST expressou solidariedade a países como Cuba, Venezuela e Palestina, além de reafirmar seu apoio ao governo de Nicolás Maduro na Venezuela, cuja reeleição em 2023 foi amplamente criticada pela comunidade internacional. Em janeiro, uma delegação do MST esteve presente na posse de Maduro, evento